domingo, 22 de maio de 2011

Dicas para organizar uma festa junina educativa

É possível fazer uma festa junina legal e ainda comprometida com a aprendizagem das crianças e dos adolescentes

Foto: André Penner
Descobrir a origem da festa junina pode ser o primeiro passo para a contextualização da festa

Pé de moleque, canjica, curau, pamonha, bolo de milho, quentão, bandeirinhas, fogueira, chapéu de palha, sanfona e arraiá. Sim, estamos falando de festa junina. Todo mês de junho é assim: tiramos do armário as camisas xadrez e os vestidos de chita, pintamos sardinhas nas meninas e bigodinhos nos meninos e vamos satisfeitos para a festa na escola, pensando em todos os quitutes deliciosos que nos aguardam.

Esquecemos o principal: o significado da festa. Você conhece as origens das festas juninas? Sabe por que comemos tantas iguarias de milho e de onde vêm as danças? E o colégio do seu filho, aproveita as festas juninas para preencher buracos na grade horária e engordar o caixa ou utiliza os festejos para ensinar alguma coisa para as crianças? 
Embora seja uma tradição consagrada e rica da cultura popular, muitas escolas organizam festas de São João, Santo Antonio e São Pedro que pouco, ou nada, contribuem para a aprendizagem dos alunos. O Educar Para Crescer consultou alguns pedagogos e um antropólogo e elencou algumas dicas para garantir que a sua festa junina seja uma verdadeira aula.
Procurar o sentido original da festa
Qual a origem da festa junina? Descobrir isso pode ser o primeiro passo para a contextualização da festa. E é importante motivar os alunos a buscarem esta resposta. Saber que a tradição vem dos festejos de agradecimento aos santos pela colheita do meio do ano e que, por isso, a maioria dos quitutes é feita de milho, por exemplo, pode despertar neles o interesse pela história. "É necessário recuperar o porquê da tradição da quadrilha, das comidas, da fogueira, para que a festa junina não vire uma mera caricatura do mundo da roça", diz o antropólogo Jadir de Morais Pessoa, professor titular da Universidade Federal de Goiás, especialista em folclore.
Descaricaturizar o homem do campo
Homem do campo não é Jeca Tatu. É importante apresentar o campo de uma nova maneira. Tirar o olhar de deboche sobre o caipira, manifesto muitas vezes pelas roupas exageradas ou por posturas imbecilizadas. "Trazer uma pessoa da roça para contar dos saberes, descaricaturizar o homem rural. Festejá-lo como sujeito portador de saberes", indica o antropólogo Jadir de Moraes.
Resgatar as manifestações culturais
Um dos elementos mais importantes das festas juninas são as danças e as músicas populares. Muitas escolas contratam profissionais especializados em cultura popular para valorizar e aprofundar esse universo e desenvolver com os alunos as danças e as canções típicas. Elas não se limitam a contratar sanfoneiros e conjuntos para meras apresentações, fazem mais: colocam os alunos para dançar e até para criar as músicas. "No colégio Vera Cruz, trabalhamos há 10 anos danças típicas de todo o Brasil. As crianças de 5 anos apresentam a "Congada", dança de Minas Gerais; as de 6 anos dançam o "Bumba meu Boi", do Maranhão; e as de 7 anos fazem a tradicional quadrilha", conta Elizabeth Menezes, professora de educação corporal do colégio Vera Cruz. 
A festa junina pode ser ótima oportunidade também para apresentar novos instrumentos musicais para as crianças. 
No Vera Cruz, a professora traz instrumentos folclóricos como a caixa do Divino Espírito Santo, a matraca, os gungas e os chocalhos. "O mais lindo é ver o quanto as crianças aprendem. Esse ano um aluno criou uma música que nós vamos utilizar na dança: "Um triângulo, dois quadrados, céu e terra, sol e chuva formam o planeta terra de todo mundo", emociona-se a professora, cantando a canção do aluno Theo Vendramini Sampaio, de 5 anos.
Envolver os estudantes no assunto
Como motivar os estudantes e trazê-los para o projeto? A escola Viva, de São Paulo, utilizou, neste ano, um recurso muito simples: fixou painéis por toda a escola. Os cartazes, confeccionados pelos próprios alunos, traziam curiosidades e atraiam a atenção para o evento. "Foi uma maneira de despertar a atenção nos mais novos. Os painéis traziam informações do tipo: você sabe por que tem fogueira na festa junina? Além disso, traziam fotos dos professores em festas juninas, quando crianças. A brincadeira era adivinhar quem era o professor", disse Marta Campos, coordenadora geral do Ensino Fundamental I da Escola Viva.
Trazer os alunos para a preparação da festa
As festas juninas escolares devem ser feitas por e para os alunos. O objetivo é estimular o senso de autonomia e de cooperação, reforçando a importância do trabalho comunitário na escola. Para isso, é importante envolver os estudantes em todo o processo, desde a confecção dos estandartes e bandeirinhas à organização das brincadeiras. "Todos os alunos estão envolvidos na organização da festa. Mas alguns têm responsabilidades maiores. Eles coordenam os preparativos, fazem reuniões com a diretoria, apresentam relatórios e tem autonomia para decidir", afirma Wanilda Tieppo, assistente de direção da escola da Vila.
Associar o conteúdo escolar à festa junina
A preparação da festa pode e deve estar atrelada ao conteúdo aplicado em sala de aula. Na escola Oswald de Andrade, por exemplo, cada classe é responsável por uma barraca e cada barraca apresenta transversalmente o projeto trabalhado em classe. "A turma que está estudando os alimentos, por exemplo, preparou uma barraca relacionada ao assunto", destaca Roberta Ferrari Rodovalho, coordenadora assistente do Colégio Oswald de Andrade, de São Paulo.
Valorizar o brincar
Uma das tradições da festa junina são as brincadeiras: pescaria, boca do palhaço, jogo da argola, corrida de sacos, pau de sebo, entre outros. Os jogos juninos são a grande diversão da garotada e podem ser uma boa maneira de transmitir valores de cidadania para os alunos. Dois bons exemplos de valorização do lúdico acontecem nas escolas Vera Cruz e Oswald. Na primeira, as próprias crianças são responsáveis pela confecção das prendas. "Elas fazem colares, cadernos, trabalhos em argila e todo tipo de brinquedos. Vale tudo, o importante é a participação", diz Elizabeth Menezes. Já no Oswald, não há brindes para os vencedores. "O objetivo é estimular a brincadeira pela brincadeira", conta Roberta Ferrari Rodovalho, coordenadora assistente do colégio Oswald de Andrade, de São Paulo.
Estimular a participação da família
A participação dos pais e familiares é importante para as festas juninas em vários aspectos. Para começar, quando comparecem os pais estimulam a criança e reforçam a auto-estima. Mas eles também podem contribuir na organização. No Colégio Oswald de Andrade, por exemplo, os pais conjuntamente com os filhos são convidados a preparar e a trazer os comes e bebes. "A participação dos pais é muito importante para nós. Cabe a eles trazer as comidas, que ficam todas dispostas em uma mesa. O lanche é comunitário, não tem custo, é só chegar e pegar", diz Roberta Ferrari Rodovalho, assistente de direção do Colégio Oswald.
Não fazer a festa no horário das aulas
É muito importante não atrapalhar a rotina e a programação escolar por causa da festa. A começar pela escolha da hora e da data do evento. Não pode ser no horário letivo. O melhor é fazer aos sábados, domingos ou depois das aulas. "Nunca fazemos nossas festas em período letivo, temos um programa a seguir e não descumprimos. As festas juninas acontecem sexta-feira à tarde, único dia da semana que não funcionamos em período integral", explica José Carlos Alves, diretor do Colégio de Aplicação do Pernambuco, escola pública com a segunda melhor média no Enem e 14ª colocada no ranking nacional.
Não usar a festa para arrecadar dinheiro
A festa junina não pode ser apenas um pretexto para se arrecadar dinheiro para melhorias na escola. Precisa se auto-sustentar, é claro, mas não precisa gerar lucro. Algumas escolas, como a escola da Vila, em São Paulo, preferem utilizar a festança para juntar recursos para instituições de caridade. "Não cobramos entrada. Pedimos para que as pessoas tragam doações, que repassamos à ONGs que ajudam pessoas carentes. Em 2008 e em 2009, estamos arrecadando utensílios de higiene e roupas para uma instituição que auxilia moradores de rua", disse Wanilda Tieppo, assistente de direção da escola da Vila.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Festas Juninas

As festas juninas vieram para o Brasil na época da colonização, trazidas pelos portugueses. São de origem francesa, por isso nas danças aparecem várias palavras nessa língua.
Nos arraiais juninos podemos encontrar vários elementos da cultura popular, que traduzem a crendice da população de cada região. Cada um desses símbolos tem um significado para a festa.
quadrilha  surgiu nos salões da corte francesa, recebendo o nome de “quadrille”, mas é de origem inglesa, uma dança de camponeses chamada “campesine”. Na época da colonização do Brasil, os portugueses trouxeram essa dança, bem como seus principais elementos: os vestidos lindos e rodados (que representavam as riquezas da corte), os passos puxados na língua francesa (anarriê, avancê, tour, etc.) e os agradecimentos aos santos pelas boas safras nas plantações.
casamento caipira faz uma sátira aos casamentos tradicionais. A noiva está grávida e o pai da mesma obriga o rapaz a se casar. A apresentação do casamento na roça é muito engraçada, pois o noivo aparece bêbado, tentando fugir do altar por várias vezes, sendo capturado pelo pai da noiva que lhe aponta uma espingarda. Este conta com o apoio do delegado da cidade e do padre para que o casamento seja realizado. Após a cerimônia, os noivos puxam a quadrilha.
fogueira simboliza a proteção dos maus espíritos, que atrapalhavam a prosperidade das plantações. A festa realizada em volta da fogueira é para agradecer pelas fartas colheitas. Além disso, como a festa é realizada num mês frio, serve para aquecer e unir as pessoas em seu redor. Cada santo tem uma fogueira, sendo a quadrada de santo Antonio, a redonda de são João e a triangular de são Pedro.
Os balões juninos indicam o início da festa, mas foram criados para reverenciar os santos da festa, agradecendo pela realização dos pedidos, normalmente relacionados ao namoro e ao casamento, onde as pessoas encontram seus pares românticos. Os balões não são mais usados, podem ocasionar vários incêndios, caindo em locais perigosos e destruindo a natureza.
Os fogos se originaram na China, também como forma de agradecer aos deuses pelas boas colheitas. São elementos de proteção, pois espantam os maus espíritos, além de servir para acordar são João com o barulho.
lavagem dos santos é o momento em que as suas bandeiras são mergulhadas em água, para trazer purificação. As bandeirolas representam as bandeiras dos santos, levando purificação a todo o local da festa.
pau de sebo é uma brincadeira com o objetivo de se ganhar uma quantia em dinheiro, que está afixada em seu topo. Com essa diversão a festa fica mais animada, pois as pessoas têm que subir no mastro, lambuzado de gordura. Muitas vezes, os participantes vão subindo nos ombros uns dos outros, até conseguirem pegar o prêmio, que acaba servindo para pagar parte de suas despesas na festa.
As simpatias proporcionam aos convidados maior sorte no amor. Os santos juninos são conhecidos como santos casamenteiros, mas santo Antônio é o mais influente deles. Nessas práticas, a imagem do santo é castigada, até que a pessoa consiga encontrar um amor.
As comidas típicas também são símbolos juninos, como forma de agradecimento pela fartura nas colheitas, principalmente do milho, a festa se tornou farta em seus deliciosos quitutes como: curau, canjica, pamonha, bolo de milho, milho cozido, pé de moleque, paçoquinha, Mané pelado, dentre outras.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

domingo, 15 de maio de 2011

Dia 15 de maio é o Dia Internacional da Família.

12 hábitos ajudam a manter a família unida

No Dia da Família, saiba como é possível fortalecer o vínculo afetivo com pequenas atitudes


POR LETÍCIA GONÇALVES

Dia 15 de maio é o Dia Internacional da Família. Crescem os estudos que comprovam como os familiares interferem na nossa saúde física e mental, independente da idade. Uma pesquisa publicada no Jornal da Associação Americana do Coração, por exemplo, comprovou que pacientes da terceira idade se recuperam muito mais rápido de derrame quando acompanhados dos parentes. Já um outro estudo recente da Universidade de Oregon, nos EUA, indicou que pais com dificuldades de relacionamento têm mais chances de ter bebês com distúrbios durante o sono. 

Manter o vínculo afetivo é uma vantagem e tanto, mas nem sempre é fácil. "Há famílias que se veem muito, porém as pessoas não são tão próximas, porque tem o componente da afinidade. Construímos vínculos com as pessoas que nem sempre podem existir nas famílias", explica a psicóloga Eliana Alves, do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro. Confira a seguir alguns ingredientes diários que podem incrementar os laços afetivos e aumentar - de fato - a união familiar. 

1.Respeite os limites de cada um 

Esse é um dos hábitos mais difíceis, pois implica aceitar algumas diferenças. "Cada indivíduo da família tem seu ritmo, seu jeito de vivenciar as coisas da vida. Tanto os filhos como os pais desenvolvem essa percepção do 'jeito de cada um'", conta o psiquiatra Paulo Zampieri, Terapeuta de Casais e Famílias, de São Paulo. Procurar respeitar essas peculiaridades - desde que não sejam preocupantes - pode ajudar a resolver conflitos familiares de uma forma muito mais fácil.

2. Priorize o bom humor 

Procure encarar os conflitos familiares com mais disposição. Muitos deles surgem por motivos pequenos e são alimentados pelo cansaço e estresse do dia a dia. "Encarar conflitos já é melhor do que evitá-los e há de ser com bom humor, senão fica sempre parecendo cobrança ou bronca", aconselha o psiquiatra Paulo Zampieri. 

3. Cozinhe em conjunto
A psicóloga Eliana Alves fala que é importante criar espaços que propiciem um vínculo afetivo. "Vivemos no imperativo da falta do tempo, mas é necessário se preocupar em criar momentos para conviver com nossos familiares", diz a especialista. 

Para driblar essa falta de tempo, os programas conjuntos podem ser tarefas diárias como as atividades domésticas, que permitem uma troca de experiências. "Atividades lúdicas e domésticas ajudam todos os membros da família a se apropriarem dos pertences do lar, aprendendo juntos as tarefas que um dia os filhos também farão", afirma o psiquiatra Paulo Zampieri.  
4. Incentive o diálogo
Essa é uma das práticas mais fundamentais. De nada adianta viver unidos sob o mesmo teto se não há conversa, se as pessoas não compartilham seus sentimentos e experiências de vida. O diálogo permite saber o que o outro está pensando e sentindo e é a melhor forma de resolver desentendimentos. 

"Os familiares são os maiores parceiros que filhos, pais e avós têm naturalmente na vida", lembra o psiquiatra Paulo Zampieri, que dá uma boa dica para fortalecer os vínculos por meio do diálogo. "Peça aos avós que contem como foi a vida deles, como se uniram, o que pensavam da vida. É um jeito interessante de co-construir a história da família por meio dos protagonistas mais velhos e permite conhecer como os costumes mudaram", completa. 
5. Crie momentos de lazer com todos 
Os familiares servem de apoio nas horas difíceis, mas também podem ser ótimas companhias para momentos de distração e divertimento. O psiquiatra Paulo Zampieri conta que, quando os filhos são pequenos, fica mais fácil: "É só convidar que todos vão", comenta. 
No entanto, quando os filhos crescem e se tornam mais independentes, essas ocasiões ficam cada vez mais incomuns. "Quando a família cultiva esses hábitos desde cedo, gera a possibilidade de conservar atividades de lazer em conjunto em etapas mais adultas", completa o especialista.
6. Procure estar disponível
Não precisa ser super-herói: é impossível estar disponível o tempo todo e a família precisa entender isso, principalmente as crianças. Entretanto, mostrar disponibilidade para conversar e dar atenção, sempre que possível, é fundamental. De acordo com o psiquiatra Paulo Zampieri, os pais devem fazer isso de forma declarada. "Conte comigo", "sou seu parceiro" ou "se precisar, estou aqui" são frases que ajudam os filhos a encontrarem um momento de poder falar.
7. Evite que a rotina agitada e estressante interfira no contato familiar 
É nada agradável encontrar uma pessoa em casa com a cara fechada, sem vontade de conversar. Experimente imaginar que, no momento em que você for passar pela porta de entrada, as preocupações do trabalho ficarão do lado de fora. A família poderá ser uma excelente forma de distração! 
8. Invista no afeto
Há várias formas de manifestá-lo, vale a sua criatividade de adaptá-las ao tempo e à rotina que você possui. Não se esqueça também do carinho físico. Um simples abraço proporciona conforto e uma ligação muito forte. "O afeto pode ser uma forma de aproximação das pessoas. A partir dele, outros sentimentos fundamentais para as relações serem estabelecidas são formados, como: respeito, compreensão, tolerância, entre outros", explica a psicóloga Michelle da Silveira. 

Em alguns momentos, procure também deixar o trabalho e demais compromissos em segundo plano. "Tal postura pode indicar valorização do contato, como se a pessoa estivesse dizendo à família: 'vocês são importantes para mim'", afirma a psicóloga clínica Michelle da Silveira, de São Paulo. 
9. Não espere os finais de semana
Procure se lembrar de estreitar os vínculos sempre. Um telefonema, um email ou mesmo uma mensagem por celular podem ser demonstrações de afeto que fazem a diferença. "Com maior tempo de interação, as pessoas poderão se conhecer melhor, agregar pontos positivos da outra pessoa, descobrir afinidades e, a partir daí, estreitar os laços que podem levar à construção de vínculos mais estáveis", esclarece a psicóloga Michelle da Silveira. 
10. Reconheça os próprios erros 
Ninguém na família é perfeito, inclusive os pais. Segundo a psicóloga Michelle da Silveira, assumir falhas pode implicar em mudança, uma vez que a pessoa refletiu sobre a sua ação e, em uma próxima situação parecida, tentará agir de forma diferente. "Esse comportamento de flexibilidade gera confiança na pessoa com a qual se relaciona, pois ela fica com a idéia de que o erro poderá não se repetir", completa. 
11. Crie momentos a sós com cada um
Estimular ocasiões exclusivas entre marido e mulher ou mãe e um dos filhos, entre outras possibilidades, facilita a comunicação. A psicóloga Michelle da Silveira explica que isso favorece o conhecimento entre as pessoas e facilita a criação de sentimentos, como intimidade e confiança. 
12. Seja um exemplo 
Suas pequenas atitudes no âmbito familiar podem gerar admiração pelos parentes. Quando há essa admiração, a possibilidade de existir vínculos é maior. A psicóloga Michelle da Silveira explica: "Existe nas relações a intenção comum entre as partes de agregar valores, e só é possível obter esses valores, em geral, de alguém sobre o qual se nutre admiração". 
Fonte: UOL

Como impor limites aos filhos pequenos

Você tem receio de impor limites ao seu bebê? Saiba que a criança que não recebe limites tende a se tornar uma pessoa com dificuldade de adaptação na escola. Veja o que fazer

Não esqueça de elogiar toda vez que seu filho fizer algo positivo. O bebê naturalmente tenderá a repetir a atitude pela qual recebeu aprovação e afeto
Foto: Getty Images
Tão importante quanto transmitir afeto é ensinar limites ao pequeno. A partir do momento em que recebe os primeiros "nãos", o bebê entra em contato com a frustração e, gradualmente, aprende a lidar com ela. "Já o pequeno que não recebe limites tende a se tornar uma pessoa com dificuldade de adaptação, seja na escola, no trabalho, seja nos relacionamentos. Isso porque a sociedade tem regras, e a criança não foi acostumada desde pequena a segui-las", explica a filósofa e mestre em educação Tania Zagury, do Rio de Janeiro, autora de 20 livros sobre o tema, entre eles Limites sem Traumas (Editora Record). Mas como ensinar o que pode e o que não pode a uma criança que mal começou a adquirir noções de linguagem?
Quem responde é a própria educadora: "Tente usar a linguagem corporal". Isso não significa abrir mão da bronca, mas associar às palavras uma expressão facial ou um gesto que reflitam a desaprovação. "Para tanto, você deve abaixar-se, olhar nos olhos do pequeno e transmitir o recado com voz firme, pausada e expressão séria. Assim, mesmo sem entender tudo o que está sendo dito, o bebê percebe, pela entonação, que seu comportamento não está agradando", ensina a especialista. Na hora de chamar a atenção, poupe a criança de explicações desnecessárias. Em vez de longos sermões, formule frases claras e diretas. Diga apenas: "O que você fez é feio", "Não pode mexer aí", "Não bata porque faz dodói" etc.
Sem desgastes
Mas não se surpreenda se, imediatamente após sua intervenção, a criança voltar a adotar a atitude pela qual acabou de ser repreendida. Acredite: ela não está fazendo de propósito, só para provocar você. "A verdade é que um bebê dessa idade precisa de bastante tempo para formar o conceito do que é bom ou ruim; esse aprendizado não acontece de uma hora para outra. É provável que os pais tenham de repetir várias vezes a mesma advertência. E, na medida do possível, devem fazê-lo com o máximo de tranquilidade, entendendo que não podem cobrar do filho algo que ele ainda não pode dar", explica Tania.
Um bom caminho para evitar desgastes desnecessários é afastar o pequeno daquele ambiente ou situação oferecendo alguma atividade capaz de mudar o foco de interesse da criança. Se ainda assim o bebê insistir na arte, o próximo passo poderá ser aplicar uma sanção ou um castigo leve, que ele consiga relacionar com a falta cometida. "A criança precisa sentir que vai perder algo caso continue agindo daquela forma. Assim, irá perceber que suas ações sempre têm consequências. Por exemplo: se ela está batendo na tela da TV e a mãe já explicou mil vezes que não pode, uma alternativa é desligar o aparelho, deixando-a sem seu programa preferido por pelo menos alguns minutos", orienta Tania.
Outra estratégia é tirá-la da brincadeira ou do espaço que está explorando, levando-a diretamente para o berço ou o cercado, local em que poderá permanecer por alguns instantes em segurança, sem nenhum brinquedo ou estímulo, para que possa se ressentir da nova condição. Mas veja bem: esse tipo de castigo é um último recurso e só deve ser aplicado quando as tentativas de conversa e de distração já se esgotaram.
Limites na prática
Ao oferecer uma rotina estruturada à criança, você também a ajuda a conviver com limites preestabelecidos. O bebê acostumado a se alimentar e a dormir em horários definidos pelos pais, de acordo com a dinâmica da família, provavelmente terá menos dificuldade para lidar com outras restrições. "Por isso, é essencial a criança pequena ter horários fixos, ainda que ela resista em algumas ocasiões. A rotina não precisa ser rígida ao extremo, mas sua existência beneficia o pequeno e a família", afirma a psicoterapeuta Ana C. Marzolla, de São Paulo.
 
5 atitudes dos pais que prejudicam a colocação de limites
1. Esticar as explicações em vez de dar ordens claras e diretas.
2. Não colocar firmeza na voz nem mudar a expressão no momento de repreender a criança, transmitindo a ela uma mensagem dúbia.
3. Deixar o filho descumprir uma regra para não repetir a mesma ordem.
4. Criar normas diferentes para as crianças da casa.
5. Usar violência física ou verbal. Em termos de disciplina, os melhores resultados surgem do diálogo e de sanções relacionadas à regra quebrada.
Conteúdo do site CLAUDIA 

terça-feira, 10 de maio de 2011

CRIANÇAS: É IMPORTANTE DEIXÁ-LAS SONHAR

Brincar na areia, desenhar árvores azuis, ser uma fada ou um aviador... o mundo de hoje ainda tem lugar para as fantasias infantis, é preciso é não stressar...

Tempo para ir à escola, tempo para a natação, tempo para o inglês, tempo para os computadores... Mas será que ele tem tempo para sonhar?

A importância de mexer na terra

Ele suja-se? Mas ser criança é ser sujo, por definição. Não queira que a sua criança tenha uma infância demasiada ‘limpinha'. Vista-a com roupa velha que possa ir à máquina quarenta vezes, leve-o ao parque e deixe-o meter as mãos na terra.

Por estranho que nos pareça, uma criança pequena a brincar utiliza muitas das mesmas estratégias dos investigadores profissionais: como é que isto funciona? E desta maneira, o que é que muda? Para isto é preciso tempo, é preciso calma, é preciso lugar onde, e é preciso não ter tantos brinquedos que não saiba para onde se virar. É com as mãos que as crianças investigam. As bonecas, os jogos de construção, os puzzles, os jogos, são clássicos com que nós brincamos. As crianças de agora estão mais voltadas para os jogos eletrônicos, que lhes serão imprescindíveis no futuro, mas que tipo de adultos teremos, se não foram ‘cientistas' em pequenos?

A árvore azul

No papel, ele desenhou uma enorme árvore com uma lindíssima copa... azul. Árvores azuis não existem nem na China? Talvez, mas imagine que a mãe do Van Gogh lhe tinha dito isso. Em vez de começar logo a pensar: "Meu Deus, todos os outros meninos fizeram árvores normalmente verdes e só este é que não sabe que elas são verdes, se ele já chumba no currículo da pré-primária, nunca me vai chegar à faculdade!", dê os parabéns a si própria: não só tem um filho poético como original e despachado (provavelmente a caneta verde não estava disponível na altura e ele desenhou com a que estava à mão), tudo qualidades preciosas para vingar na vida.
Em vez de lhe ralhar e de lhe exigir que eles seja iguaiszinhos a todos os outros, incentive os seus dons: ofereça-lhe lápis de cor e puzzles, leve-o ao cinema e a ver exposições de museus (provavelmente ele adorará Matisse), chame a atenção para as cores e tons daquilo que está à sua volta, façam colagens juntos, apanhem folhas para fazer um herbário. E guarde o desenho da árvore azul, vai gostar de o rever quando ele for um pintor ou um inventor famoso.

A mania das princesas

Ai a fase da Barbie, e do quarteto Branca-de-Neve/Bela/Cinderela/Bela Adormecida... A fase kitsch... Muitas vezes, elas acumulam a fase das ‘bonecas para vestir' com a das bonecas para dar colo. Claro que se pode controlar: elas não precisam de ter trinta Barbie, podem ter os fatos em vez da boneca, e podem mesmo aprender a fazê-los, com uma caixinha de costura, tesoura e bocados de pano. Incite ainda a personalizar cada boneca, a saber que aquela é a Rita ou a Marta ou a Felipa, em vez de ser só ‘mais uma'...

Não são coisas de rapaz?

Imagine que a sua criança lhe diz: ‘Olá, eu sou uma fada', com a diferença que a sua criança é um robusto rapaz... Aos três anos, ainda não há muita noção das diferenças de sexo, e quem tem irmãs pode facilmente entrar em brincadeiras ‘de meninas'. Há mesmo quem conte a história de um imaginativo teimoso que batia o pé numa brincadeira porque o único papel que desejava era o de ‘Rainha-má'... O fato de ele se identificar com a personagem ‘má' seria mais de refletir do que o fato de querer ser ‘a rainha'... Portanto, não faça comentários e deixe-o ser fada à vontade. Lembre-se que, quando ele quiser ser polícia, a família vai arrepender-se, principalmente se o ‘polícia' tiver apito...

Pum-pum, estás morto

Muitas famílias têm a louvável política pacifista de não comprar armas de brincar às suas crianças, mas as crianças insistem em espetar um dedo (ou uma banana, ou uma escova, ou um secador...) e fazer pum-pum.... Pois é. A agressividade está em todos nós e neste nosso mundo em que elas passam cada vez mais tempo sentadas, é importante encontrar brincadeiras onde possam libertar energia. Pode continuar a não lhe comprar kalashnikovs em miniatura e a incutir-lhe uma saudável política de ‘paz e amor', mas deixe-o brincar às guerras. E entretanto, vá jogando com ele às escondidas, à cabra-cega, à apanhada, aos monstros, à batalha das almofadas. São jogos dos nossos antepassados, mas continuam tão divertidos como sempre. Só é preciso alguma energia e algum espaço, o que pode ser complicado, é verdade, mas não impossível... Deixe-o gritar e pular, e vai ver que as guerras passam para segundo plano."



Por Catarina Fonseca/ACTIVA | 31 Mai.2010

Incentive seu filho a praticar exercícios físicos

A prática de atividades físicas ajuda a criança a crescer de forma saudável, além de proporcionar diversão
Danielle Reis
Incetive a sua filha a fazer aula de balé. Ela vai adorar!
Foto: Dreamstime

 Os exercícios físicos são essenciais para a saúde da criança, além de incentivar a interação social e proporcionar diversão. Para o pediatra Mario Bracco, de São Paulo, as modalidades precisam ser realizadas de acordo com a fase de desenvolvimento. Confira o que a criança pode - e deve - fazer:

Até 2 anos
O importante é colocar a criança em movimento: engatinhando, andando com apoio ou brincando. Esqueça o andador, pois há o risco de acidentes.

2 a 3 anos
Brincar ao ar livre em jardins, parques e na escolinha. Aulas recreativas (desenho, natação, dança) são indicadas, mas nada que a sobrecarregue.

4 a 7 anos
Até uma hora de exercícios por dia. Futebol, karatê e balé são bem-vindos. Já o tênis prejudica o desenvolvimento de algumas partes do corpo.

8 a 12 anos
Uma hora de atividade física por dia ou três vezes por semana. Só não incentive a competição, pois o exercício deixa de ser prazeroso e vira obrigação.
Fonte:  MÁXIMA 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mensagens para as Mães

Estas mensagens foram retiradas da internet e as montagens foram feitas por mim, infelizmente não coloquei o autor porque não encontrei na net, para poder dá os créditos. Espero que gostem.
Feliz Dia das mães! 
Clique nas imagens para ampliá-la.





segunda-feira, 2 de maio de 2011

Por que é importante avaliar as crianças? É preciso mesmo atribuir notas? Especialistas tiram as dúvidas sobre este tema.

Foto: Dreamstime
A avaliação não é apenas um meio de dar nota ao aluno: ela também ajuda no aprendizado e detecta problemas no sistema de ensino

Seu filho vai ser avaliado. Não importa qual seja a série, a escola ou o sistema de ensino: ele receberá uma nota - nem sempre boa - por seu desempenho. Mas isso é mesmo necessário? Sim, dizem os especialistas, a avaliação é a melhor maneira de medir o rendimento do aluno. Mas ela é mais do que isso: também pode revelar ao professor se o método de ensino que ele está utilizando é eficiente.

Agora, atenção: avaliação não é igual a prova. Há muitas maneiras de ver se o conteúdo foi aprendido que não passam necessariamente pelos exames, chamadas orais e outros "cabeludos" que tanto assustam os estudantes. Alguns exemplos: atividades em sala, trabalhos em grupo e individuais, pesquisas, lição de casa. E provas, claro. 
Para que serve a avaliação?
A avaliação mede o nível de aprendizado de cada aluno e também busca identificar possíveis problemas no método de ensino. Isto quer dizer que ela não serve apenas para aprovar ou reprovar: a avaliação deve detectar as facilidades e as dificuldades de aprendizagem que possam ser acompanhadas em longo prazo. "A nota informa a família, o aluno, mas deveria informar principalmente o professor, para permitir o acompanhamento: mostrar precisamente o que o aluno sabe; o que falta saber; e, portanto, o que precisa ser ensinado", diz o professor Ocimar Munhoz Alavarse, da Faculdade de Educação da USP. 
É por isso que o Conselho Nacional de Educação recomenda que a avaliação dos alunos seja contínua e cumulativa. Afinal, uma nota isolada nem sempre contém a informação necessária ao professor, isto é, a medida precisa de quanto o aluno realmente sabe.
Como a avaliação dever ser feita?
A forma de avaliação - prova, trabalho, atribuição de notas ou conceitos - depende muito do conteúdo trabalhado e das necessidades da classe. Por isso, cabe ao professor decidir qual o método mais adequado em cada caso. Mesmo assim, de maneira geral, o Conselho Nacional de Educação recomenda que as formas mais contínuas de avaliação (como a observação do comportamento do aluno e exercícios em classe) tenham peso maior do que resultados mais específicos, como os de provas finais. Dessa forma, mais do que promover o aluno para o próximo ano, a avaliação pode ajudar a identificar as maiores dificuldades de aprendizagem. É importante notar que a avaliação serve, também, para detectar problemas no próprio ensino: por isso, o Conselho recomenda que a família e o aluno tenham direito de discutir os resultados com os professores e gestores escolares. Assim, os próprios procedimentos de ensino e avaliação podem ser revistos de acordo com as necessidades dos alunos.
Como a nota deve ser estabelecida?
Além dos resultados de provas e testes, o professor pode levar em conta outros fatores para estabelecer a nota, como o comportamento e a participação em sala, o desempenho em atividades em grupo, em exercícios e lições de casa, entre outros. Para Maria Teresa de Oliveira Lima, coordenadora das séries finais do Ensino Fundamental do Colégio São Domingos, a avaliação não deve ser apenas o momento da prova, mas um processo: "Ela inclui o trabalho com diferentes competências, procedimentos, conteúdos. Ela ocorre cotidianamente no olhar apurado dos professores e colegas, nas devolutivas dadas, nas revisões feitas pelos próprios alunos e também inclui momentos específicos, de sistematização das aprendizagens: avaliações que exigem uma disciplina de estudos, organização e tempo de concentração. Em relação aos critérios, também são muitos, desde apresentação estética, respeito aos prazos, passando pelo uso adequado dos conceitos, dos termos específicos da disciplina até a produção de textos coesos, completos e coerentes". 
Em geral, o resultado de todos estes fatores é resumido num sistema de classificação: algumas escolas usam notas de 0 a 10, outras utilizam os conceitos A, B, C, D e E, ou outros sistemas. O princípio de todos é o mesmo, ou seja, registrar o desempenho do aluno. A principal diferença é que, em geral, uma nota de 0 a 10 é baseada no rendimento objetivo do aluno em provas e testes. Já os conceitos (A, B, C, D e E) tendem a considerar também fatores mais subjetivos, que dificilmente são medidos em números, como o comportamento e a dedicação do aluno. No colégio São Domingos, por exemplo, o conceito A significa que, além de ter atingido os objetivos propostos, o aluno destacou-se pelo seu comprometimento e pela qualidade de seu trabalho; já o conceito E não quer dizer apenas que o rendimento do aluno foi baixo, mas também que ele pode estar num momento de rejeição ao trabalho escolar, indicando a necessidade de diálogo entre pais, professor e coordenação.
A partir de que idade a criança deve começar a ser avaliada?
"Este processo deve começar a partir do momento em que a criança entra no ambiente de formação", diz a professora Nadia Aparecida de Souza, coordenadora do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Isto não significa que o aluno já deva ser cobrado no Ensino Infantil da mesma forma que será quando for mais velho, e sim que as dificuldades de aprendizagem já devem começar a ser percebidas desde cedo. "Existe uma grande confusão quando dizem que submeter uma criança a um teste seja avaliação. Avaliação é todo procedimento que o professor implementa para perceber as facilidades e dificuldades enfrentadas pela criança na apropriação do saber e no seu desenvolvimento. Percebendo um problema, o educador o analisa e toma medidas que levem à superação desse problema. Não importa se é criança, jovem ou adulto: as dificuldades têm que ser superadas", completa a professora.
A avaliação pode gerar competitividade entre as crianças?
O início dos processos pode levar à competitividade porque gera um processo classificatório, que envolve mérito expresso em notas e elogios. "Existe um ranking no qual alguns estão no topo e outros estão na base. É uma preparação para a sociedade, que nos diz que alguns merecem o topo e outros não. Essa noção existe nas pessoas, estabelecendo um ambiente competitivo desde tenra idade", diz a professora Nadia Aparecida de Souza, coordenadora do Programa de Mestrado em Educação da UEL. 
Para lidar com este tipo de situação em sala de aula, o próprio educador deve ter em mente que todos os seus alunos podem aprender e que não cabe a ele dizer se um aluno é bom ou ruim, e sim fazer com que cada um atinja o seu melhor. "O professor deve ser um exemplo de respeito para todos: se ele trata melhor o aluno que responde melhor a ele, já começou a discriminação", explica a professora Nadia. "Para construir um ambiente não competitivo, o professor pode investir em trabalhos em grupo, em atividades de engajamento social, na convivência com realidades diferentes, com outras escolas. Estas trocas são importantes".
Quais as diferenças entre os processos de avaliação nas diversas séries?
As formas de avaliação devem sempre ser adequadas à faixa etária e às características de desenvolvimento do aluno. Na Educação Infantil, por exemplo, como as crianças estão em fase de alfabetização, devem ser avaliadas com um olhar muito específico: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional recomenda que, neste período, a avaliação seja feita por acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança, "sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental". 
Já no Ensino Médio, é natural que sejam cobrados de forma mais objetiva os conteúdos que serão abordados nas provas do vestibular, mas as formas de avaliação não devem deixar de fora habilidades que serão tão ou mais importantes para o aluno na vida adulta, como o trabalho em equipe. 
Em todas as séries, é importante que a avaliação não seja simplesmente um meio de demonstrar à família o conteúdo que foi dado, e sim uma garantia do aprendizado que está sendo construído. "Tenho de mostrar a evolução do aluno, independente da expectativa do pai. Só posso dimensionar qualquer resultado quando vejo a evolução", diz a professora Nadia Aparecida de Souza, coordenadora do Programa de Mestrado em Educação da UEL. Afinal, a aprendizagem propriamente dita é diferente da simples retenção do conhecimento: em qualquer série, a tarefa proposta pelo professor não deve verificar se o aluno sabe reproduzir o que foi ensinado, e sim verificar o que ele realmente aprendeu. "Por isso é preciso pensar em novas estratégias avaliativas; a prova pode fazer parte, ela não é ruim por si. Ruim é o uso que se faz dela", completa a professora.
Um teste pode ajudar no processo de aprendizagem?
Sim! Uma prova pode até servir para ajudar a fixar o conteúdo: em janeiro de 2011, a revista norteamericanaScience publicou um estudo demonstrando que o aprendizado é maior para alunos que respondem a questões sobre a matéria estudada. Esta conclusão foi baseada numa pesquisa realizada com duzentos alunos, divididos em grupos, cada um com um método de estudo diferente: alguns faziam uma prova; outros apenas liam o conteúdo; outros, ainda, elaboravam resumos e diagramas. Ao final do estudo, foi constatado que os alunos que respondiam questões retinham cerca de 50% mais informações do que os demais.
Por que é importante que os pais acompanhem o boletim escolar?
Os pais devem estar sempre atentos às dificuldades de aprendizagem dos filhos, para garantir que elas sejam abordadas com profundidade pelo professor e, assim, superadas. Ao acompanhar o boletim ao longo do tempo, é possível perceber, para cada matéria, se houve evolução ou se a dificuldade se manteve: neste caso, os pais podem procurar aulas de reforço (de preferência dentro da própria escola), além de acompanhar com mais atenção o estudo do aluno em casa. 
Pode acontecer também que os pais vejam o esforço dos filhos em casa, mas que esta dedicação não se manifeste em notas melhores: neste caso, é importante falar com o professor para saber que métodos de avaliação estão sendo utilizados e perceber se o aluno tem outras dificuldades em sala, como problemas de comportamento ou nervosismo na hora das provas. A parceria e o diálogo entre família, alunos e professores é sempre importante, como destaca Maria Teresa de Oliveira Lima, coordenadora das séries finais do Ensino Fundamental do Colégio São Domingos: "Acreditamos que esses encontros não só compõem o processo de discussão de estratégias individuais, mas são fundamentais para a reflexão coletiva. A troca de experiências permite que tracemos juntos novas estratégias de ação que possibilitem que as aprendizagens caminhem".
E para que servem os sistemas nacionais de avaliação?
Alguns testes são aplicados a escolas do Brasil inteiro, para que o Governo Federal possa avaliar o rendimento escolar de todos os alunos do país, definindo prioridades e caminhos para a melhoria da qualidade do ensino. Os resultados destas avaliações devem servir de base para direcionar as práticas de cada escola, saber o que está funcionando e o que tem que melhorar. Mas a maior parte destas provas aborda uma parcela restrita do que é ensinado em sala de aula; por isso, serve como referência, mas não substitui o projeto pedagógico da escola. 
Enem (Exame Nacional do Ensino Médio): realizado em todo o Brasil, este exame avalia os alunos que estão concluindo ou já concluíram o Ensino Médio. Ele não é obrigatório, mas hoje é utilizado como forma de seleção para muitas universidades brasileiras, sozinho ou combinado ao vestibular da própria instituição. Podem participar alunos e ex-alunos de todas as escolas de Ensino Médio, públicas ou particulares. A prova tem questões de múltipla escolha e uma redação, e avalia competências como o domínio da linguagem, a construção de uma boa argumentação, a interpretação e resolução de problemas. 
Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica): é aplicado a cada dois anos entre alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio. A participação de escolas públicas e privadas é voluntária - as escolas participantes são escolhidas por sorteio - e consiste na realização de testes de Língua Portuguesa e Matemática, além de questionários com informações sobre o contexto cultural, social e econômico dos alunos. A partir das informações deste teste é que as Secretarias de Educação podem avaliar se suas políticas são eficazes e, se necessário, reformulá-las. 
Prova Brasil: é aplicada pelo MEC aos alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental da rede pública e urbana. A participação também é voluntária; a adesão ao teste é feita pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Educação. Assim como o Saeb, a Prova Brasil aborda conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática. As notas de cada escola neste teste servem de base para o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
O que fazer quando as notas são baixas?
Quando o aluno erra, está manifestando uma dificuldade de aprendizagem. A nota baixa deve ser vista como uma oportunidade de ajudá-lo a entender seu erro e superá-lo. Para isso, tanto os pais quanto a própria família devem se envolver na aprendizagem, buscando não apenas que o aluno tenha um bom desempenho, traduzido em notas e elogios, mas que ele efetivamente aprenda. 
A avaliação é uma parte deste processo, que ajuda a identificar o que ainda não foi aprendido. É por isso que a professora Nadia Aparecida de Souza, coordenadora do Programa de Mestrado em Educação da UEL, diferencia a avaliação formativa - aquela que busca identificar as dificuldades do aluno e ajudá-lo a superá-las - da avaliação classificatória, que organiza os alunos segundo rótulos e notas. "O grande problema é que grande parte dos professores não sabe executar a avaliação formativa, ou seja, não sabe se valer da maior riqueza que o aluno fornece: as dificuldades de aprendizagem, manifestas nos seus erros", diz a professora. "Toda vez que o aluno erra, é por um bom motivo. Se o professor não entender qual é esse motivo, não vai conseguir ajudar o aluno".
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