quinta-feira, 31 de março de 2011

A Batalha dos Métodos de Alfabetização

Numa rua de subúrbio, uma criança estava sentada à porta de casa, olhando um livro ilustrado. Bem perto, havia uma escola e ali passavam muitas jovens que estavam se preparando para ser professoras.
Uma delas parou para ver a criança e disse:
— Que gracinha de menina!
— Me conta a história, disse a garota.
— Não, primeiro você tem de aprender a ler. Quer que eu te ensine? Olhando o título, a jovem apontou: a, o, e, u, i, o. Não, assim, não. Melhor assim: a, e, i, o, u.
A criança olhou desconsolada e pediu novamente para ouvir a história. A futura professora não desistiu. 
— Veja, é fácil: a com i faz ai! Como você fala quando sente uma dor. E e com u faz eu! E apontava para o próprio peito, dizendo: eu, ai! eu, ai!
A criança, um pouco assustada, desviou o olhar e abriu o livro. A normalista aborreceu-se e foi para a aula de Métodos e Técnicas de Alfabetização contar para a professora que tinha encontrado uma pobre criança que era um caso típico de falta de prontidão para a leitura.
Logo depois passou outra jovem que se enterneceu com a cena da menina com o livro nas mãos.
— O que é que você está lendo?
— Não sei ler. Me conta a história? 
— Vou ensinar a você. Como é seu nome?
— Betinha.
— Não, isso é seu apelido. Como é seu nome?
A menina pensou um pouco e olhou desolada para o livro:
— Me conta a história.
— Só se você me disser seu nome.
— Elisabete Maria de Oliveira.
— Ah, bom. Então vamos ver.
Puxando um caderninho da bolsa, a moça escreveu Elisabete e pediu à criança:
— Aqui está o seu nome: ELISABETE. Vamos ler apontando com o dedinho.
Apontando as nove letras, a menina leu: E-li-sa-be-te- ma-ri-a- de- o-li-vei-ra.
A jovem ficou embatucada e anotou a resposta para ir perguntar à professora de Psicogênese da Língua Escrita como interpretá-la.
— Tchau, querida! Outro dia eu te ensino, OK?
Não demorou muito, passou outra jovem de boa vontade e a criança lhe pediu:
— Me conta a história!
— Que gracinha! Eu conto se você me responder umas perguntas.
A criança olhou ressabiada.
— Você já sabe as letras do alfabeto?, disse a moça.
— Não.
— Você conhece as famílias silábicas?
— Quê?
— Deixa pra lá. Diga-me uma palavra que começa com pa. Por exemplo, pato, papai, palácio.
— Rei, princesa.
— Quê?
— Palácio, rei, princesa.
A futura professora suspirou. Saiu dali muito triste, achando que a menina era muito bonitinha, mas não tinha discriminação auditiva.
Daí a meia hora, passou um professor de Gramática, cansado e meio calvo, andando devagar. A menina resolveu tentar a sorte.
— Me conta a história!
— Não é assim. Fale de novo: conta-me a história.
— Hum?
— Conta-me a história, eu disse, respondeu o gramático.
— Mas eu não sei ler.
— Não, não é você que deve contá-la. Aliás, minha pobre criança, você não sabe nem falar.
A menina fechou o livro com força e fez uma careta de nojo para o gramático. Ele respondeu:
— Atrevida! Analfabeta! Iletrada! Anômala! Anojosa! Anacoluto! e retirou-se, muito satisfeito de possuir um vasto vocabulário para qualificar a pirralha.
Passou um tempinho, veio pela calçada uma professora de Sociolingüística, com seu gravador a tiracolo, e a menina resolveu tentar a sorte:
— Tia, me conta a história!
— Fala de novo, meu bem, disse a professora, e ligou o gravador. A menina era um exemplo magnífico de falante das classes populares do subúrbio do Rio, de modo que a pesquisadora não podia perder a oportunidade de entrevistá-la.
— Que que é isso?, perguntou a criança.
— Um gravador. Vou gravar o que você falar. Vamos conversar. Quantos anos você tem?
— Me conta a história. 
— Depois eu conto. Converse um pouquinho comigo.
— Quero a história.
— Você me conta uma história. Eu gravo, depois passo tudo para o papel, pego a sua história e aí...
Mas a professora não pôde concluir: a menina já estava longe, pulando num pé só, fora do alcance da pesquisadora.
Logo na esquina, a menina encontrou o vendedor de cocadas que fazia ponto perto da escola normal. Pouco movimento, tarde parada. O vendedor olhou pra menina com o livro e perguntou:
— Já leu esse livro?
— Não, lê pra mim?, disse a menina, sem muita esperança de ser atendida.
— Hum, deixa eu ver.
O rapaz abriu o livro. Foi lendo devagar, como era possível, pois tinha aprendido a ler mal e mal, há muito tempo:
— Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho. Um dia, a mãe dela cha-cha-mou-a e disse...
A menina deu um suspiro de prazer e sentou no muro da escola para ouvir a história. Lá dentro, alguém dava uma aula sobre Métodos de Alfabetização.

Marlene Carvalho, professora Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

quarta-feira, 30 de março de 2011

Tempos de Ontem e de Hoje

Continuo com Luiz Vaz de Camões " Mudam-se os tempos"
A tecnologia tem de tal forma avançado que aquilo que hoje temos por moderno em menos de 10 anos estará terrivelmente obsoleto.
Quando eu era criança em minha pequena comunidade tinha aula de datilografia a qual  não podia fazer, pois não tinha condições de pagar pelas aulas, mas achava impressionante o tic-tac e as letras impressas no papel.
Vejam só vocês ... Hoje eu daria aula de computação.
Como os objetos do passado encantam as crianças ...
Outro objeto a ser observado é o Walkman (aquele da fita cassete)
As crianças me perguntarão:
Que bicho é esse? 
E lhes responderei:
É um aparelho onde se ouvia música antigamente com fita cassete.
Mas vou concluir que também não sabem o que seja fita cassete.
Talvez se recordem do disc man. 
Não, acho que não lembram ... e ele é bem atual, mas perdeu espaço em pouquíssimo tempo para o Mp3
E o que é o Mp3 hoje? Nadinha .... Evoluimos em uma velocidade impressionante não é mesmo? 
E todas essas coisas se perderam no tempo.
Bem fica aos professores, diretores e coordenadores a proposta de um projeto que faça com que a criança entre em contato com a tecnologia do passado e passe a compreender melhor o motivo de nossa linguagem muitas vezes ser assim tão confusa pra eles.
Quem sabe projeto...
Túnel do Tempo 
Baú de Antiguidades 
Bugigangas do passado 
Ou mesmo:
A tecnologia do passado transfomando o  presente.


fonte: Do blog ideia criativa

Dicas para mulher - Como obter um abdomen definido,sarado,sequinho!



Dicas para mulher - Como obter um abdomen definido,sarado,sequinho!
Acredito que a maioria das mulheres sonham em ter uma barriga sarada nós damos as dicas para essas leitoras,já aquelas que estão bem consigo e mesmo que não tenha uma barriga sarada e estão felizes tbem podem dar uma olhadinha. Para começar ninguém pode se enganar achando que é fácil, tem que ter muita disciplina na academia e controlar a alimentação.
O que aumenta sua barriga?
- Consumir em excesso alimentos que causam flatulência (gases), como: refrigerantes, feijões, frituras, enlatados, carne vermelha, frios e embutidos.
- Não mastigar corretamente. Mastigar bem também evita o acúmulo de gases.
- Alimentos que retém líquidos, ricos em sódio, alimentos industrializados de forma geral, embutidos, sal de cozinha em excesso, evite.
Quais alimentos ajudam a ter uma barriga sarada?
- Fibras e líquidos: Beba bastante água, líquidos como chás, suco de frutas naturais, água de coco, etc. Consuma diariamente alimentos ricos em fibras: verduras, legumes, frutas, alimentos integrais, aveia, farelo de trigo, semente de linhaça e outros. Isso vai favorecer um bom trabalho intestinal.
- Alimentos considerados diuréticos: chás, suco de limão, melancia, morango, abóbora, agrião, escarola, folhas de beterraba, pepino.
Mais Umas Dicas que até as famosas seguem:
Evite álcool e refrigerantes.
tente sempre contrai o abdômen na hora que faz exercícios.

faça abdominais diariamente.alimentação balanceada sempre.

Ler também pode ser divertido!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Principais benefícios da leitura


Aquisição de conhecimento : com a leitura, ampliamos nosso conhecimento sobre assuntos específicos e gerais.
• Estímulo à brincadeira : a leitura ajuda-nos a relaxar, levando-nos ao mundo do faz-de-conta, onde podemos projetar nossas emoções sem nenhum risco.
• Estímulo à criatividade: a leitura mexe com a nossa imaginação, estimulando-nos a desenvolver prazerosamente nosso potencial criativo.
• Desenvolvimento da capacidade de argumentar : a leitura estimula-nos a desenvolver argumentos consistentes e bem fundamentados.
• Ampliação do vocabulário : com a leitura, conhecemos novas palavras e aprendemos a usá-las em seus diferentes e ricos sentidos.
• Incentivo à reflexão e à formação de opinião : a leitura nos incentiva a pensar, a refletir, a formar uma opinião, a pôr em xeque nossas convicções e a chegar a uma conclusão.
• Ampliação do campo de visão : a leitura nos permite "ver" um assunto sob outras perspectivas, o que estimula nossa capacidade de aceitar o novo e o diferente.
• Confrontação de pontos de vista : a leitura nos leva a uma conversa com o autor, o que nos permite reforçar, esclarecer ou mudar nossos pontos de vista.
• Utilização dos recursos da linguagem : a leitura nos permite aprender, com os bons autores, a utilizar, inventivamente, os recursos oferecidos pela linguagem.
• Correção gramatical : com a leitura, aprendemos a escrever bem, de forma correta, pela observação, ou seja, naturalmente, sem esforço.
• Estímulo ao pensamento abstrato : a leitura nos permite perceber a realidade pelo ângulo da fantasia, o que amplia nossa capacidade de pensar sobre o abstrato.
• Estímulo à imaginação : quando lemos, vemos apenas palavras, mas logo formamos cenas na nossa tela mental, o que é muito estimulante para a imaginação.
Quem disse que ler é algo chato??
Experimente... Ler é o maior barato!!




domingo, 27 de março de 2011

Lembrancinhas para o Dia do Livro Infantil

Marcadores de páginas para lembrar o Dia do Livro Infantil.
Clique na imagem para ampliá-la.

Literatura Infantil

O Dia Nacional do Livro é comemorado em 29 de outubro. Essa data foi escolhida para a comemoração, considerando-se a data da fundação da Biblioteca Nacional (29/10/1810), por D. João VI. O grande acontecimento permitiu a popularização do livro, tornando mais fácil o acesso à leitura.Além das datas já citadas, é fundamental lembrar que o dia 18 de abril foi escolhido para comemorar o Dia do Livro Infantil, por ser esse o dia do nascimento de Monteiro Lobato, um dos precursores da obra literária infantil no Brasil.

Comemora-se nesse dia, para homenagear Monteiro Lobato, um grande escritor que escreveu várias obras infantis e juvenis, dentre elas O Sítio do Pica pau Amarelo de grande sucesso , ele foi um dos pioneiros em utilizar um linguajar falado no dia-a-dia por pessoas de fazendas, sítios e de cidade. 
Encantou milhares de crianças com o Visconde de Sabugosa, a Emília a boneca de pano que falava, entre outros personagens. 
A fantasia ajuda a formar a personalidade. 
A literatura infantil surgiu somente no século XVII, com a descoberta da prensa. As histórias infantis e os contos populares, no entanto, existem desde que o ser humano adquiriu a fala. 
Sabe-se que a história, tem grande importância na colaboração para a formação do indivíduo, pois através da imaginação, raciocínio, a criança vai construindo a sua própria história de vida, sedimentando em si, fatos que servirão para seu desenvolvimento intelectual e cultural. 
A pessoa que lê conhece o mundo e conhecendo-o terá condições de atuar sobre ele, modificando-o e tornando-o melhor. 
Quem lê, além de enriquecer seu vocabulário, abre seus horizontes, entra em contato com pensamentos e opiniões diversas, com diferentes pontos de vista. 
Por meio da leitura, o ser humano cresce e conhece o universo, descobre a maneira de aprender a ler a vida, ler no sentido de interpretar, observar, refletir, é lendo que podemos descobrir muito além da nossa imaginação lugares fantásticos, personagens inesquecíveis.

Frases sobre Leitura, podem ser usadas no Dia do Livro.

"Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por idéias."
( Mário Vargas)
"São necessários anos de leitura atenta e inteligente para se apreciar a prosa e a poesia que fizeram a glória das nossas civilizações. A cultura não se improvisa. "( Julien Green )
"Quem não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo."
( Paulo Francis )
"O importante é motivar a criança para leitura, para a aventura de ler."
( Ziraldo )
"Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro."( Henry David Thoreau )
"Em muitas ocasiões a leitura de um livro fez a fortuna de um homem, decidindo o curso de sua vida."
( Ralph Waldo Emerson)
"Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?"( Fernando Pessoa )
"Amar a leitura é trocar horas de fastio por horas de inefável e deliciosa companhia."( John F. Kennedy )
"A maior parte do tempo de um escritor é passado na leitura, para depois escrever; uma pessoa revira metade de uma biblioteca para fazer um só livro."( Samuel Johnson )
"A leitura não é uma atividade elitizada, mas uma ferramenta de transformação social dos indivíduos. "( Julian Correa )
"A leitura não deve ser mais do que um exercício para nos obrigar a pensar." 
( Edward Gibbon )
"A leitura faz ao homem completo; a conversa, ágil, e o escrever, preciso."
( Francis Bacon )
"A leitura engrandece a alma. "( Voltaire )
"A leitura é uma conversação com os homens mais ilustres dos séculos passados. "( René Descartes )
"A leitura é a viagem de quem não pode pegar um trem."( Francis de Croisset )
"A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde."( André Maurois )
"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem".

sexta-feira, 25 de março de 2011

Atividades para o Dia do Livro


Antes de iniciar qualquer atividade sobre as datas em questão, necessário se faz contextualizá-las, buscando explicar o motivo de seu surgimento, isso faz com que os alunos percebam a importância de se lembrar fatos marcantes da história do País.

As sugestões de atividades que seguem, encontram-se separadas por níveis de ensino, mas isso não impede que o professor as adapte para qualquer uma das faixas etárias, ou ainda, realize apenas parte delas.

Educação Infantil 

- Promova momentos bastante estimulantes de contato com os livros. Organize um ambiente bastante acolhedor, com tapetes e almofadas, para que as crianças sintam-se bem à vontade e confortáveis.

Solicite aos alunos que, no dia determinado, tragam de casa uma almofada de que gostam muito, para ser utilizada nesta atividade.

O professor poderá organizar um círculo, a "Roda da leitura", na qual as crianças sentadas confortavelmente ouvirão histórias. Caberá ao professor destacar as informações fundamentais sobre o livro, tais como autor, ilustrador, título, explorando primeiramente a capa. Questionar a turma sobre o que imaginam sobre a história a partir do título, da ilustração da capa, etc.

Uma variante possível é deixar que as crianças que já sabem ler, realizem a leitura ou contem uma história de um livro lido pela família. É importante que os livros sejam sempre mostrados aos alunos, mesmo que ainda não dominem a leitura.

Outra possibilidade é o trabalho com livros que trazem apenas ilustrações e cujas histórias são criadas pelas próprias crianças. Isso poderá ser feito na Roda da Leitura, ou ainda em duplas, quando um aluno contará a história para outro colega e vice-versa.

Aproveite o programa diário "Sítio do Pica-pau Amarelo", baseado na obra de Monteiro Lobato, e questione os alunos sobre os personagens, o cenário onde as histórias se desenvolvem.

Se for possível providenciar alguns episódios da primeira versão do programa, passe-os para a turma e, na seqüência, mostre um episódio atual. Solicite que observem as semelhanças e diferenças.

Solicite que verifiquem se, em suas casas, há alguma obra infantil de Monteiro Lobato e tragam para a escola.

Procure levar o maior número possível de obras para mostrá-las aos alunos. Não esqueça de explicar quem foi Monteiro Lobato e qual sua importância para a literatura.

Faça uma enquete a fim de verificar qual o personagem preferido pela turma, ou ainda deixe que os alunos perguntem aos colegas de outras turmas.

Após o resultado final, determine o dia do personagem mais votado. Nesse dia, os alunos deverão se caracterizar da maneira mais semelhante ao personagem criado por Monteiro Lobato.

Não esqueça de fotografar e filmar as crianças para discutir com elas as várias formas encontradas para a caracterização.

- Procure estabelecer contato com outras escolas, a fim de que seus alunos possam conhecer outras bibliotecas escolares, e ofereça o espaço da biblioteca de sua escola para que ela também seja visitada.

Esta atividade poderá ser precedida da elaboração de convites com a descrição de alguma atividade (leitura de alguma história escolhida pela turma para os visitantes) que será realizada na biblioteca.

Também, após a visita, os alunos poderão enviar aos colegas de outras escolas cartões de agradecimentos 
com sugestões de livros que já leram, ou ouviram a leitura e que julgaram interessantes.

O Dia do Livro e Monteiro Lobato

Em 18 de Abril é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil.
Esta data foi escolhida por ser o aniversário de José Bento Monteiro Lobato, o primeiro autor infantil brasileiro.
Antes dele, as histórias para as crianças eram traduzidas.
Monteiro Lobato criou enredos que encantam os pequenos até hoje e o mais famoso deles é o Sítio do Pica-Pau Amarelo.
OBJETIVO GERAL: 
-Aproximar as crianças do universo da literatura infantil, promovendo e incentivando a leitura com uma visão alegre sobre a vida e as obras de Monteiro Lobato.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Comemorar a data de nascimento de Monteiro Lobato, lembrando o quanto seu trabalho se perpetua na literatura brasileira;
- Divulgar as obras e os personagens criados por Monteiro Lobato através da contação de histórias para os alunos da Educação Infantil; 
- Incentivar a leitura e a criatividade através de manifestações artísticas;
- Promover a integração de alunos, professores e coordenação com a biblioteca;
- Proporcionar uma visão descontraída do saber, desenvolvendo a capacidade artística e cultural de cada aluno;
- Estimular a exposição de trabalhos, bem como, divulgar as atividades realizadas em sala de aula; 
- Promover a leitura e a escrita.

"Um país se faz com homens e livros".
Monteiro Lobato

O desenvolvimento de atividades relacionadas ao dia do escritor e ao dia do livro reside, sem dúvida, na importância das informações e no prazer que a leitura proporciona a todos. Relacionar essas duas datas é bastante adequado, uma vez que o livro não existe sem o escritor.
O Dia Nacional do Livro é comemorado em 29 de outubro. Essa data foi escolhida para a comemoração, considerando-se a data da fundação da Biblioteca Nacional (29/10/1810), por D. João VI. O grande acontecimento permitiu a popularização do livro, tornando mais fácil o acesso à leitura.

Dia do Livro

 
"Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim, sem compromisso,
você vai me entender.
mergulhe de cabeça
na imaginação!"
          
Fonte: Clarice Pacheco, Caderno de Poesias. AGE Ed. Porto Alegre, 2003.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A mágica do tempo

Ellen Dastry
O movimento do tempo faz com que a gente perceba que tudo é mutável. A moda, os costumes e até a linguagem vão se transformando, como se os sabores da vida tivessem de ser testados ao longo dos anos.
Nas décadas de 60, 70, os jovens lutavam para garantir a sua individualidade. ‘Ninguém vai saber da minha vida’, era o brado forte que se ouvia. Vai falar isso hoje? Foto, vídeo – tudo o que você faz pode ser documentado. Privacidade???? O que é isso, companheiro?
Outro fato que me chama a atenção nesses novos tempos é o contra-senso que se deu na diferença de idade, hoje em dia vivemos um estranho fenômeno: os velhos estão mais jovens, enquanto as crianças ficaram mais adultas.
O avanço da ciência fez aumentar a expectativa de vida, 50 anos pode ser considerado um jovem adulto, de 60 a 75, um adulto. A palavra idoso não combina mais. Idoso é quem tem idade, portanto eu poderia entender que após fazer um ano, todos são idosos, porque tem idade...
Lingüística à parte, as crianças também estão estranhas, tão adultas!... Cadê a ‘amarelinha’, ‘escravos de jó’? Que nada, elas estão nas páginas de conteúdo dos mais diversos sites (que medo...), sabem tudo, discutem de igual para igual... Você já reparou como as crianças de hoje parecem mais sérias? Estressadas? Cheias de compromissos e horários?
E lá está o mais velho, feliz, sem stress, sem pressa e com tempo para ver o caminho que a joaninha vai escolher no jardim. De repente ele se depara com a criança adulta e pode mostrar a ela essa mágica do tempo. E quando a criança comenta algo moderno que descobriu nas páginas da internet, o velho jovem surpreende mais uma vez, porque ele também domina a máquina, mas com mais experiência, entende melhor o significado de tudo.
Agora você deve se perguntar: mas cadê o pai dessas crianças? Eles estão tão ocupados!... Imagine você que há uma vaga para se almejar na empresa, um novo colega de trabalho que tenta tomar o lugar do outro, tem conta pra pagar, diarista para ajustar na casa, supermercado para fazer, um curso para melhorar o currículo...
São tantas as preocupações dos pais que acabam ficando no meio da criança adulta e do jovem velho, sem se dar conta do que acontece entre eles.
E o que tem acontecido pode ser a grande salvação da família: os mais velhos muito próximos dos mais novos. A troca de experiência e o tempo que eles têm faz com que a relação tenha um ambiente de afeto e responsabilidade muito maior. A obrigação de educar dá lugar a ação de amar. Afinal, é indiscutível que a maturidade faz com que se ame com maior qualidade, sinta a vida de forma mais leve e consiga transmitir a certeza de que podemos ultrapassar os problemas que surgem em nossos caminhos.
Minha vivência com a minha avó foi exatamente assim. Ela me emprestou sua experiência e eu emprestei a ela minha juventude. Juntas nós fizemos uma parceira de vida deliciosa. Para todas as minhas dúvidas, ela tinha uma história pra contar e depois o seu colo, e também o seu carinho. Foram tantos os momentos, tantas as histórias que acabo de escrever o livro “Histórias que podem mudar sua vida”, onde reúno, a cada capítulo, um momento de aprendizado que guardei no coração.
Especialmente hoje, mais do que em qualquer outro dia, lembro-me dela com saudade, afinal é no dia 26 de julho que se comemora o Dia dos Avós, uma homenagem da igreja católica à Santa Ana e São Joaquim, avós de Jesus. A data provoca uma lembrança, como gosto de saudade boa, do bolinho de chuva, do café novo e de muitas conversas.
E eu lhe convido a essa reflexão do tempo e da importância da família. Uma reflexão que não nasce no pensamento, mas no coração, nas lembranças da infância, do medo de crescer e da alegria a cada aprendizado. Eu lhe convido para viver um pouco mais as suas recordações e encontrar nelas e encontrar nelas o que há de especial na sua ancestralidade, na sua história.
Não importa em que ponta da vida você está, se mais novo, se mais velho... importante é tentar essa troca de experiências. Acredite, você vai se surpreender! Pega o telefone agora! Liga. Se você é o avô ou a avó da história, aproveite hoje para falar com seus netos. Se você está na posição de neto, ligue para os seus avós, melhor ainda, vá visitá-los, dê um beijo especial nessas figuras tão boas da nossa vida. 

Ellen Dastry é jornalista, radialista e pós graduada em comunicação e marketing, palestrante e autora do livro “Histórias que podem mudar sua vida”.

quarta-feira, 23 de março de 2011

TV - Uma "máquina de fazer loucos" ?


Mannoun Chimelli
Na travessia de uma rua ou avenida de cidade grande, é fundamental estar bem atentos à sinalização. O sinal vermelho alerta-nos a fazer uma parada e aguardar; enquanto esperamos, acompanhem-me, por favor, numa breve excursão pelos caminhos da literatura clássica. 

"Nos momentos em que estava ocioso, que eram os que mais tinha durante o ano - lemos no primeiro capítulo do livro Dom Quixote de la Mancha de Cervantes -, dava-se à leitura de livros de cavalaria com tanto afinco e gosto que esqueceu quase totalmente a prática daquilo que era mais importante [...] e vendeu muitos hectares de solo fértil para comprar livros de cavalaria para ler e levar para casa quantos pôde [...]. Passava as noites lendo de claro em claro e os dias de turvo em turvo; e assim, de pouco dormir e do muito ler secou-se-lhe o cérebro, de maneira que veio a perder o juízo".

Não serão os programas de televisão, os vídeos, os computadores, a Internet, etc., os atuais livros de cavalaria? E esse "D. Quixote" de começos do século XXI, o insaciável espectador de televisão ou navegante da Internet, não estará igualmente em perigo de ver "secar-se-lhe o cérebro", isto é, não terá também dificuldades sem conta para desvendar, entender e interpretar o sentido da avalanche de mensagens que a tela despeja nos seus sentidos e na sua imaginação?

É o que pensa um autor moderno, que "atualiza" assim esse texto do romance espanhol: "Absorveu-se tanto em ver televisão que passava todas as noites vendo-a sem dormir, e os dias de agitação em agitação; e assim, de tanto ver televisão e de tão pouco dormir secou-se-lhe o cérebro, de maneira que veio a perder o juízo. Encheu-se-lhe a fantasia de tudo o que via, tanto de encantamento quanto de contendas, batalhas, feridas, galanteios, amores, tormentos e disparates impossíveis: e instalou-se-lhe de tal modo na imaginação que era verdade toda a máquina daquelas afamadas e sonhadas invenções que via, que para ele não havia outra história mais verdadeira no mundo"...

Realmente, a televisão parece ter força suficiente para produzir uma grande transformação na personalidade do espectador...! "Perder o juízo" equivale aqui a perder a capacidade de diferenciar:
- o que é real do que é imaginário;
- o que é bom do que é mau;
- o que é certo do que é errado;
- o que é normal daquilo que se apresenta como mais freqüente;
- o que é verdadeiro, valioso, permanente, do que é opinável, mutável.
No D. Quixote, vêm em auxílio do fidalgo louco o pároco da aldeia e o barbeiro que, para curá-lo simplesmente lançam pela janela todos os livros que lhe tinham "sorvido o juízo" ! Teremos nós também algo dessa coragem e fortaleza, como as tiveram por exemplo os pais citados na seguinte crônica ? :

Certo casal observou que os filhos, depois de assistirem aos Power Rangers, partiam para brigas violentas. Tendo feito inúmeras tentativas infrutíferas para apaziguá-los, decidiram desligar sumariamente o aparelho, levando-o para o porão da casa. Súplicas, pedidos de desculpas, choro, pedidos para ver algum programa na TV.Por favor! Por favor! 

Também os pais confessaram que, na primeira semana, se sentiram "abandonados" pela Mãe TV. Depois, a surpresa (!):
"Descobrimos o desejo de ler um livro, de conversar em família, de visitar os vizinhos; redescobrimos o quintal e até o prazer de soltar pipas. As crianças desenham, jogam com os seus brinquedos, criam peças teatrais. Qual é o ponto em que o ato de ver televisão ultrapassa a fronteira entre o meio informativo e o vício? - Desligue-a por uma semana e veja o que ocorre...[...] Quando perceber que a <> não está mais pensando por você, vai descobrir-se pensando por si mesmo..."

E lançam a sugestão de gravar os programas mais interessantes para serem vistos, por exemplo, numa semana de chuvas, ou por ocasião de uma parada forçada em casa ou outras circunstâncias desse tipo, e "aproveitar muito bem as cinqüenta e duas semanas do ano".

Por quê o alerta para o sinal vermelho no início deste capítulo?
O objetivo é apontar, de forma saudável e construtiva, os riscos graves ligados ao mau uso da televisão, com base em estudos e inúmeras pesquisas realizadas no mundo inteiro, por especialistas preocupados com a formação e a saúde física e mental das pessoas.

Se enfatizo tanto a criança e a juventude ao abordar a televisão na sua relação com a família, faço-o por pelo menos duas razões principais.

A primeira, porque a criança e o jovem são seres em desenvolvimento, em plena formação física e mental, e por esta razão mais vulneráveis, sensíveis, impressionáveis; além do mais porque o futuro da nação está nas suas mãos, nas suas inteligências e vontades - bem formadas ou deformadas, fracas, frágeis, amolecidas (permitam-me que me expresse assim).

A segunda razão reside na minha área profissional, pois desde 1981 a minha experiência de trabalho médico e educacional está diretamente ligada à adolescência e à orientação familiar. A experiência acumulada mesmo antes de 1981, no exercício da pediatria e da saúde pública, provoca um desejo incontido de dividir conhecimentos adquiridos, exemplos, otimismo e esperança na capacidade criativa e renovadora do ser humano, sempre capaz de buscar e encontrar oportunidade de esclarecer a sua inteligência e educar a sua vontade para decidir e escolher o melhor.
Gostaria de fazer-me eco, repetindo alto e bom som - se pudesse, com alcance nacional e universal -, daquilo que o Santo Padre João Paulo II disse na sua vinda ao Rio de Janeiro para o Segundo Encontro Mundial com as Famílias: "O futuro da humanidade passa pela família!"

Tudo aquilo que possamos fazer em benefício de uma família mais saudável, mais humana, mais unida, vale a pena!



Retirado do livro "Família & Televisão", de Mannoun Chimelli, Editora Quadrante, São Paulo, 2002

Revolução Feminina


Nós já vimos este filme: a mulher heroína achava que o céu era o limite. E corria sem parar para garantir a perfeição em todas as áreas: trabalho, casamento, filhos, amigos. Resultado: stress ou ressentimento por não sentir seu esforço valorizado. Hoje, a revolução feminina é outra: continuamos ligadas ao que acontece ao nosso redor, mas já aprendemos que nem tudo é responsabilidade nossa. É possível – e desejável – escolher as batalhas e poupar fôlego para o que importa. Estamos em um novo patamar: deixando de ser “multitarefa” para ser “multi-interessada”.
Para situar melhor o estilo multitarefa, imagine a seguinte situação: você está organizando um jantar para amigas que não vê há tempos e quer tudo impecável. Por isso, se encarrega de cada detalhe: compras, jantar, decoração... Arruma um tempinho até para procurar fotos antigas dessa turma e preparar um álbum de recordação. No dia marcado, você passa horas no mercado e na cozinha, mal tem tempo de conversar com todas as convidadas. Até que, na despedida,elas dizem a palavra mágica: estava tudo perfeito! Será mesmo? Ocupada em servir e fazer acontecer você nem conseguiu curtir direito suas amigas queridas. Esse é o retrato da mulher multitarefa,que, com o mesmo afinco com que prepara um encontro informal, cuida da carreira, dos filhos, da casa, da vida conjugal, social do MBA e de tudo mais que aparecer pela frente. Enfim, uma heroína que realiza 1 001 tarefas por dia, mas se esquece do principal: o bem-estar e, sobretudo, o prazer. E quantas de nós não levam a vida assim, exigindo o máximo de si a cada passo? Será que ainda precisamos mostrar para o mundo que damos conta de tudo para nos sentirmos dignas de respeito e admiração? E de o
nde veio esse modelo de mulher 1 001 utilidades?
A Ressaca
Os especialistas dizem que a origem está na revolução feminina, disparada entre 1960 e 1970, quando as jovens lutaram para mostrar que tinham competência não só para administrar o lar mas para conquistar o mercado de trabalho. Essa fase da história feminina foi uma guerra – tivemos que abrir caminho à força, lutando contra machismo e discriminações variadas e tendo que lidar com a culpa por dar menos atenção à família e aos filhos. A boa notícia é: vencemos. Ufa! Claro que não é fácil manter todas essas conquistas,mas o momento é outro. Ao comparar as gerações,isso fica evidente. “Minha mãe teve uma vida mais desafiadora do que a minha”, diz Adriana Fonseca de Souza, empresária e designer, 43 anos e dois filhos. “Quando eu e meu irmão éramos pequenos, com 7 e 3 anos, ela se separou do meu pai e voltou a trabalhar e estudar. Era enfermeira e instrumentadora cirúrgica, o que exigia longas horas de jornada. Hoje percebo que ela era uma ‘faz tudo’, superperfeccionista. Queria que os filhos fossem os mais educados, a nossa casa a mais organizada e assim por diante”, conta. “ Os custos da revolução feminina foram altíssimos”, avalia Mary Del Priore, historiadora especializada no gênero feminino. “Não queremos mais ser pressionadas a fazer tudo. Vivemos agora uma ressaca desse movimento. E queremos uma configuração diferente.”
A transição
Na passagem do modelo multitarefa para o multi-interesse, continuamos conectadas aos múltiplos papéis, mas mais seletivas quanto às tarefas que queremos assumir – mais livres e menos sujeitas às pressões sociais. “As pesquisas recentes indicam que a mulher continua proativa e articulada no trabalho, porém não aceita mais abdicar da vida pessoal”, informa Lívia Barbosa, antropóloga e diretora do centro de estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo. Sandra Decó concorda. Aos 43 anos, casada e mãe de uma moça de 20, ela dirige o próprio escritório de advocacia, mas não é workaholic. Hoje sei que a realização pessoal precisa vir em primeiro lugar para que os outros aspectos também sejam satisfatórios. Mas cresci ouvindo da minha mãe que o trabalho era o mais importante e passei parte da minha vida acreditando nisso. Até descobrir que valia a pena me dedicar mais à família, aos amigos e a mim mesma”, afirma. Sim, dentro dessa nova lógica, a mulher está no centro – conectada aos seus desejos íntimos e valorizando muito a qualidade de vida. 
Voltemos então à anfitriã do início da matéria. Como ela se portaria nessa nova versão multi-interessada? Talvez combinasse de cada amiga trazer algo para o jantar ou até pedisse uma pizza. Afinal, sua meta seria se divertir, e não fazer uma recepção perfeita. Ela tem consciência de que sua energia é finita e dispõe-se a administrá-la de modo a não ficar exausta bem na hora de curtir a festa. Claro, parece fácil fazer essa transformação (de multitarefa para multi-interesse) quando se trata de um jantar, mas, quando entram em jogo maternidade, casamento, trabalho, dinheiro, fica mais complicado. Mas as chaves são as mesmas: priorizar, delegar, equilibrar. “É preciso dividir responsabilidades”, observa a empresária Adriana. “Eu me inspiro numa frase do ex-presidente Ronald Reagan: ‘Cerque-se das melhores pessoas, delegue autoridade e não interfira’.” Para ela, enxergar a capacidade dos outros e abrir mão de controlar tudo é libertador.
A evolução
Desde os anos 1960, não só as mulheres progrediram mas também os homens e toda a sociedade. “Os papéis se flexibilizaram. Eles hoje cuidam mais dos filhos e da casa, e isso faz parte da evolução”, julga Rosane Mantilla de Souza, professora titular da pósgraduação de psicologia clínica da Pontifícia Universidade Católica, de São Paulo. Além disso, novas tecnologias facilitam a vida. “Na minha residência, posso ser mulher, mãe, profissional e dona de casa. Não preciso mudar de endereço para desempenhar funções diferentes, o que representa economia de tempo e de energia”, afirma Miriam Vasconcellos, 35 anos, advogada, que largou o emprego numa multinacional em São Paulo para trabalhar em esquema de home-office como consultora jurídica. Assim, ganhou três horas diárias (que “deixava” no trânsito), aproximou-se do filho, de 3 anos, e passou a fazer ginástica três vezes por semana. Toda escolha, porém, implica perdas. O dinheiro caiu pela metade e Miriam teve de renegociar com o marido a divisão das contas. Tornar-se dona do seu tempo e ganhar bem-estar era também a meta de Christina Vogler Rossatto, 48 anos. “Minha rotina era intensa. Além de cuidar da casa e dos meus filhos, fazia trabalhos filantrópicos e ainda acompanhava meu pai, que estava doente, em exames e consultas. Vivia estressada e em função dos outros”, lembra ela. Há seis anos, começou a praticar ioga, estabeleceu prioridades e diminuiu a autocobrança. “Hoje já sei em que quero investir minha energia, não preciso ser impecável em tudo.” Sobrou tempo para passear, encontrar as amigas, ler um livro. “Aprendi a me respeitar, a valorizar o meu tempo e a me acolher. Não sucumbo mais a todas as pressões, sigo meus valores.” A autoestima agradece.

6 passos para a virada


1 PRIORIZE E REORGANIZE

Nem todas as coisas são importantes ou urgentes. Pare de sonhar com um dia de 48 horas. O tempo tem limite e você também. Crie rotinas realmente viáveis. 

2 PEÇA AJUDA
Delegar e confiar são os atributos indispensáveis da mulher moderna e multi-interessada. 

3 DIGA NÃO
Você nunca poderá agradar a todo mundo o tempo todo. Nem precisa. Aprender a recusar é sinal inequívoco de sabedoria. 

4 PARE DE JULGAR
Procure cobrar menos de si mesma e dos outros. O alívio será imediato e perceptível. 

5 ADMINISTRE CONFLITOS
Eles não significam fracasso, apenas sinalizam que existem pessoas e interesses diferentes. Então, relaxe... 

6 CUIDE-SE
Para ser generosa, é preciso ter o que oferecer. Alimente sua força com bons tratos, bons filmes, livros e boas companhias... 

Livre-se do stress como um homem

Imagine que você está indo para o trabalho num dia de chuva e trânsito e o pneu do carro fura. Qual é a sua reação? Se fosse homem, é bem possível que soltasse um palavrão e, em seguida, trocasse o pneu ou chamasse o borracheiro. Já a mulher tende a ser mais dramática e menos prática diante de um contratempo, afirma a psicóloga Marilda Lipp, diretora do Centro Psicológico de Controle do Stress e professora da PUC de Campinas (SP). Autora de uma pesquisa sobre como homens e mulheres reagem a uma situação estressante, Marilda concluiu que eles são mais objetivos. “A mulher usa mais a emoção, e o homem a razão.” A chave da diferença está nos hormônios. Para o médico homeopata Silvio Laganá, diretor da clínica Aspin, em São Paulo, especializada no tratamento multidisciplinar do stress, “o comportamento do homem é mais agressivo por causa da testosterona. Ele luta. Já a mulher é mais defensiva por causa do estrogênio. Ela foge”, explica. Não dá para generalizar, claro. Pois, além de hormônios, temos também história e cultura influenciando nossas ações. As atitudes herdadas dos tempos da caverna, porém, ainda hoje se refletem no cotidiano. Assim, se está muito nervosa, a mulher tende a desabafar e/ou chorar (mesmo que seja sozinha, no chuveiro). Já o homem prefere mecanismos que o ajudem a extravasar, como o esporte, o sexo, a música. Com isso, eles realizam uma espécie de catarse e se recuperam rapidamente para a próxima luta. Seguem algumas receitas masculinas para despressurizar.
Pegar mais leve
"Problemas? A melhor forma de resolvê-los é com uma boa risada. Claro que a minha profissão ajuda. Sou palhaço, faço os outros rirem, mas, antes de mais nada, tenho que achar graça de mim mesmo, dos meus erros, da minha imperfeição. Trago isso para o cotidiano e funciona."
LUCIANO BORTOLUZZI, 41 ANOS, PALHAÇO, ATOR E PRODUTOR, DE SÃO PAULO
Vira e mexe, as mulheres reclamam que os homens são infantis e não levam nada a sério. Mas será que, em algumas situações, essa não é mesmo a atitude mais sábia? O ato de rir, por si só, ajuda a espantar a tensão porque aprofunda a respiração e descontrai a musculatura. Conseguir notar o lado cômico ou absurdo da vida mostra que é possível ver uma situação por ângulos diferentes. “Relativizar os problemas diminui o sofrimento”, afirma Marilda. “Vale a pena tentar resolver as crises sem remoer as dificuldades.” Para Laganá, não levar a vida a ferro e fogo aumenta nossa resiliência – a capacidade de suportar pressão. Essa é uma qualidade decisiva para nossa saúde, pois, como lembra o médico, “o stress é o limite de tolerância de um material antes da sua ruptura”. O humor e a leveza garantem o jogo de cintura e ajudam a gente a não “quebrar”.
Fazer sexo
"Quando fico muito estressado, procuro logo minha noiva. Ela sabe como me tirar do inferno e me mandar para o céu em minutos. Não tem nada melhor do que sexo para relaxar."
RODRIGO LUIZ DE JESUS, 27 ANOS, DONO DE CONSTRUTORA, DE SÃO PAULO Marilda Lipp concorda: “O retesamento da musculatura causado pelos estímulos sexuais é aliviado com o orgasmo, que elimina toda tensão física e mental”. Mas, se por acaso você anda tensa porque brigou com o namorado, a masturbação é igualmente eficaz para relaxar, segundo Laganá. Do ponto de vista biológico, essa sensação de bem-estar e prazer intenso é causada pela endorfina e pela serotonina, liberadas durante a atividade sexual – com ou sem parceiro.
Ouvir música
"Minha rotina é desgastante. Por isso, carrego sempre um MP4 na minha mala e não abro mão da música, principalmente quando estou no trânsito. O efeito é relaxante."
LUÍS GUSTAVO DE OLIVEIRA, 25 ANOS, ANALISTA DE DEPARTAMENTO PESSOAL, DE SÃO PAULOHomens e mulheres gostam de música. Mas, entre eles, muitos são aficionados: sabem tudo do assunto, colecionam vinil ou informação sobre todas as tecnologias novas para garantir um bom som. E essa paixão os protege de um ataque de nervos. A música é uma linguagem universal e, dizem os especialistas, tem mesmo poder de tranquilizar a mente. “Isso acontece porque todos os nossos pensamentos são administrados pelo cérebro. Com a cabeça ocupada pela melodia, nos esquecemos dos problemas”, afirma Marilda. Esse esquecimento temporário vale por uma trégua – às vezes, tudo de que precisamos para não explodir nem deprimir. E ganhar força para seguir na batalha. De acordo com Laganá, os sons lentos, que evocam as batidas do coração, são calmantes naturais. Se a ideia for extravasar, porém, cantando e pulando, também valem os ritmos mais acelerados, como rock, axé e música eletrônica. Experimente o que funciona para você.
Suar e gritar
"Trabalho em uma área em que tudo tem que ser exato e há muita competição. Saio do escritório explodindo e libero a tensão fazendo força na academia. Fico renovado após uma sessão de musculação."
DOUGLAS DE OLIVEIRA BATISTA, 30 ANOS, ENGENHEIRO MECATRÔNICO, DE SÃO PAULO
Segundo Laganá, os exercícios fazem o cérebro produzir mais serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar. Para aproveitar esses benefícios, não é preciso exagerar. O que importa é manter uma atividade física regular. “Bastam 20 minutos de caminhada, três vezes por semana”, recomenda. Além de despressurizar, também é antidepressivo.

O que as mulheres podem ensinar aos homens 
Segundo pesquisas recentes, realizadas pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, homens e mulheres reagem de modo diferente a situações de stress por duas razões: o componente hormonal e o desenvolvimento de suas habilidades ao longo da história. 
Desde a época das cavernas, enquanto os homens se especializaram em caçar e em solucionar problemas de sobrevivência, as mulheres se dedicaram a cuidar da prole. Nesses milhares de anos, essas capacidades acabaram por gerar funcionamentos cerebrais diferentes que determinam, ou, pelo menos, influenciam muito o comportamento de ambos os sexos ainda hoje. 
Tais diferenças fizeram com que eles fossem mais hábeis em questões espaciais e matemáticas, enquanto nós desenvolvemos a empatia e a habilidade linguística. Elas também explicariam por que, em situações de stress, o homem tende a ser mais pragmático e a mulher mais subjetiva. Entender essas diferenças, afirma o escritor americano John Gray, autor de Por que Marte e Vênus Colidem - Como homens e mulheres podem driblar o estresse (Ed. Rocco), é fundamental para evitar conflitos nos relacionamentos e ter maior qualidade de vida. 
Mas não pense que essa característica seja ruim ou nos coloque sempre em desvantagem. Nada disso, muitas das atitudes consideradas tipicamente femininas podem ajudar a diminuir a pressão do stress. Confira:
Chorar e desabafar 
“Em alguns casos, isso pode ser muito benéfico. Os homens, em geral, têm mais dificuldades de expor o que sentem, mas, em alguns momentos isso é necessário”, afirma a psicóloga Marilda Lipp. Assim, transformar a pressão interna em lágrimas vai, literalmente, desfazer o nó na garganta. E encontrar um modo de desabafar sua dor ou sua irritação, chorando ou contando seu dilema para alguém também alivia. O segredo é descobrir o momento oportuno de chorar e o confidente adequado para poder conversar de verdade – o que é diferente de reclamar da vida o tempo todo. Isso não alivia o stress e pode até piorar, pois você contamina suas relações.
Ser vaidosa e gostar de se cuidar
Por causa da boa forma e também pelo fato de serem mães, as mulheres tendem a ficar mais atentas às questões de saúde, alimentação e exercícios. Além da malhação para eliminar quilos extras, hoje muitas também se interessam por exercícios mais suaves, como hidroginástica, ioga e alongamento etc.. E todos esses cuidados são aliados no combate ao stress. “Uma dieta saudável é fundamental, pois a falta de nutrientes pode aumentar o nervosismo e a ansiedade”, explica o médico homeopata e nutrólogo Sílvio Laganá.
Pedir ajuda
A mulher também tem mais facilidade para buscar apoio. Segundo Gray, enquanto os homens se fecham e “vão para suas cavernas para se recuperar”, elas aprenderam a falar sobre seus problemas, por isso conseguem obter ajuda com mais facilidade. Reconhecer a própria aflição, partilhá-la e saber pedir o que precisa no momento já são importantes passos para conquistar o próprio equilíbrio