quinta-feira, 28 de abril de 2011

A ESCOLA, A CRIANÇA E A LITERATURA INFANTIL

Cecília Meireles

Por Luciana Borgerth Vial Corrêa

O perfil do intelectual que se afirma ao longo da década de 1920 é o do indivíduo que possui um saber especializado – o cientista. Cecília Meireles, reconhecidamente uma poeta, também se destacava, no meio intelectual, por ser detentora de um saber especializado – a pedagogia, sustentada pela psicologia. Em outras palavras, era uma educadora.
Formada em 1917 pela Escola Normal, a escritora ingressa no magistério público. Suas atividades educacionais, no entanto, não se resumem à prática da sala de aula. Envolvida com a pedagogia moderna, a professora não apenas assumiu uma coluna diária intitulada "Comentário " no jornal Diário de Notícias, mas também foi responsável pela "Página da Educação" neste jornal no período de 1930 e 1933.[1] Foi nessa época, mais precisamente em 1932, que a educadora assinou o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova. Uma outra série de crônicas da autora foi publicada entre 1942 e 1945, no jornal A Manhã, nas quais aparecem mesclados temas culturais e educacionais.
Sempre articulando as questões literárias às questões educacionais, Cecília Meireles ministrou um curso para professores da prefeitura de Belo Horizonte, em 1948, o qual resultou no livro Problemas da literatura infantil, publicado em 1952. Nesse caminho, a autora escreveu, também, ao longo de sua vida, livros para crianças.[2] 
São questões centrais para Cecília Meireles educadora a escola e a formação do leitor. Procuraremos discuti-las através da importância da literatura infantil no processo de educação e o modo como a autora trabalha as relações assimétricas que se estabelecem entre o autor e o leitor , na literatura infantil.
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Continue lendo em :
http://www.historiaecultura.pro.br/modernosdescobrimentos/desc/meireles/frame.htm

BOLHAS - Cecília Meireles

BOLHAS

Olha a bolha d'água
no 
galho!

Olha o orvalho!
Olha a bolha de vinhona rolha!Olha a bolha!
Olha a bolha na mãoque trabalha!
Olha a bolha de sabãona ponta da palha:brilha, espelhae se espalha
Olha a 
bolha!
Olha a bolha
que molhaa mão do menino:
A bolha da chuva da calha !

(Você vai encontrar esse poema na página 19 do livro OU ISTO OU AQUILO )

terça-feira, 26 de abril de 2011

Aprenda a fazer um pufe ecológico

Útil, bonito, moderno e ecologicamente correto, esse móvel ainda pode ajudar você a ganhar dinheiro extra neste fim de ano. E é facílimo de fazer!

Beatriz Levischi
Pufe
A leitora Maria Cristina Pereira da Silva aproveitou essa onda verde para montar um lindo pufe de garrafas pet
Foto: Divulgação
Foi-se o tempo em que reciclagem era coisa de meia dúzia de gatos pingados. Com o planeta cada vez mais pedindo socorro, transformar lixo em luxo virou moda e tem conquistado cada vez mais pessoas dispostas a ter uma vida mais ecológica. Quer oportunidade melhor para dar uma cara nova à sua casa sem gastar fortunas?

A leitora Maria Cristina Pereira da Silva aproveitou essa onda verde para montar um lindo pufe de garrafas pet. Com materiais que todo mundo tem em casa, ela ensina como fazer a peça e sugere: "Você pode vender por R$ 25". Prepare-se para anotar as encomendas!

Pronto em 6 passos, este pufe é facílimo de fazer!

Você vai precisar de:


. 32 garrafas pet de formato igual
. 1 almofada ou travesseiro velho
. 1 rolo de fita adesiva transparente
. 1 estilete
. 1,70 m de tecido
. Linha e agulha
. Linha de crochê para o bordado (opcional)

Passo a passo:

Passo 1

1.
 Corte 16 garrafas na altura em que afunilam. Descarte os bicos e encaixe-as nas garrafas que ficaram inteiras.
2. Separe as garrafas de duas em duas, alternando um bico para cima, outro para baixo. Prenda com fita.

Passo 2
3. Monte uma fileira com quatro garrafas e reforce com fita adesiva. Mantenha os bicos alternados.
4. Junte 4 fileiras de garrafas, formando um quadrado. Reforce cada junção novamente usando a fita adesiva.
Passo 3

5. Prenda o travesseiro ou a almofada na parte de cima, usando a mesma fita adesiva. Ele deixará o pufe macio.
6. Faça uma capa bonita com um tecido de sua preferência e enfeite como quiser. Cubra o pufe com ela. Pronto!
Conteúdo de Anamaria

domingo, 24 de abril de 2011

Como estimular as inteligências do seu filho

Conheça os 9 tipos de inteligência e saiba como estimulá-los em crianças e adolescentes

Beatriz Levischi
Menina brincando de montar blocos
Blocos de montar: estimulam a inteligência nas crianças
Foto: Getty Images
Para a maioria das pessoas, gênio é quem vai bem em matemática ou sabe decorar as capitais de centenas de países. Só que ter essas habilidades não é a única forma de demonstrar inteligência.  Insatisfeito com essa noção limitada de saber, o psicólogo americano Howard Gardner realizou um grande estudo sobre as capacidades mentais das pessoas e conseguiu identificar nove tipos de inteligência.
"Nossa inteligência se manifesta na comida que preparamos, na maneira como educamos nossos filhos, até em como mantemos a casa em ordem mesmo trabalhando fora", explica a psicóloga Adriana Veronese. Cada um nasce com uma combinação específica de talentos, que podemos exercitar ou não.

Descubra os 9 tipos de inteligência que existem

Lógico-matemática
O que é? Capacidade de trabalhar com símbolos abstratos, como números e formas geométricas. Trata-se da principal base para os testes de QI, por isso, muitas pessoas dizem que gênio é quem sabe fazer complicadas contas de cabeça.
Quem se dá bem? Cientistas, contadores, advogados, matemáticos e programadores de computador.
Linguística
O que é? Ter o domínio da linguagem, seja ela falada ou escrita, e do significado das palavras. Quem tem esse tipo de inteligência se comunica muito bem.
Quem se dá bem? Poetas, oradores, jornalistas, escritores, novelistas, comediantes e diretores de teatro.

Musical
O que é? Habilidade para escutar, diferenciar e executar padrões musicais, seja compondo uma música, cantando ou tocando algum instrumento. É comum percebermos isso quando alguém toca "de ouvido", mas essa não é a única forma de demonstrar esse tipo de inteligência.
Quem se dá bem? Músicos, cantores, maestros e compositores.
Espacial
O que é? Facilidade de compreender o mundo visual, permitindo criar coisas que não existem, como prédios, objetos, desenhos ou obras de arte, por exemplo.
Quem se dá bem? Arquitetos, escultores, engenheiros, cirurgiões plásticos, fotógrafos e desenhistas.
Corporal-cinestésica
O que é? Capacidade de usar o corpo num esporte ou para expressar emoção.
Quem se dá bem? Atores, atletas, mímicos, dançarinos, artistas de circo.
Intrapessoal
O que é? Habilidade de conhecer a si próprio aliada a uma grande capacidade de intuição (o famoso "sexto sentido").
Quem se dá bem? Filósofos, psicólogos e conselheiros espirituais.
Interpessoal
O que é? Facilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros, além de atuar em grupo.
Quem se dá bem? Políticos, professores e líderes religiosos.
Naturalista
O que é? Extrema sensibilidade para compreender e organizar de maneira harmônica vários objetos, fenômenos e padrões da natureza.
Quem se dá bem? Jardineiros, arquitetos e paisagistas.

Existencial
O que é? Essa inteligência ainda está sob investigação dos especialistas. Na teoria, ela abrange a capacidade de uma pessoa refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência humana.
Quem se daria bem? Líderes espirituais e pensadores filosóficos.


Deixe o cérebro do seu filho afiado

Veja como estimular as inteligências de seu filho para que ele se torne um adulto muito mais feliz e criativo.
Ofereça a seus filhos a oportunidade de...
· Contar histórias
· Desenhar e pintar
· Cantar e ouvir música
· Dançar
· Jogar bola ou nadar
· Ler (vale tudo! Gibis, rótulos de embalagem, e livros, claro)
· Brincar com bloquinhos de montar de vários tamanhos
· Aprender a negociar
· Escrever (por e-mail, à mão, com letra de forma ou não)
· Ajudar a preparar uma refeição (com a supervisão de um adulto)
· Ganhar e administrar a mesada
· Consolar alguém que está triste
· Oferecer os cuidados básicos a um bichinho de estimação.

Como lidar com filhos após a separação

Aprenda a manter a família unida, mesmo com o fim do casamento, e acabe com o sofrimento das crianças

Ricardo Régener
Família reunida
Lutar pela união da família após o divórcio exige paciência e maturidade
Foto: Getty Images

Até os casais que juravam ser almas gêmeas podem se dar conta de que as brigas não são só uma fase e que o amor simplesmente acabou. E, por mais angustiante que esteja viver ao lado do parceiro, essa hora é sempre dolorosa, principalmente quando se tem filhos.

Afinal, os pais sentem medo de prejudicar as crianças, já que, com o divórcio, a rotina da família ficará diferente e a figura paterna não estará mais em casa todas as noites. Mas não se preocupe: é possível enfrentar o processo sem dramas - e sem traumatizar os pequenos. Confira as dicas e faça com que o fim do casamento não signifique o fim da família. 
Descubra o que fazer para ajudar o seu filhos a enfrentar o divórcio na família, de acordo com a idade dele:

Até 2 anos
As crianças menores tendem a ficar doentes com facilidade, choramingar e até ter regressões de comportamento, como retardo na fala. Alivie isso com muito contato físico, beijos e abraços.

De 2 a 6 anos
Nessa idade, as crianças se sentem culpadas pela separação, podem ter pesadelos e medo de que falte algo em casa. Lembre-as de que serão amparadas, haja o que houver.
De 6 a 12 anos
Podem ter o rendimento escolar prejudicado e costumam achar que os pais estão se divorciando deles também. Precisam de elogios, que elevem e fortaleçam a autoestima.
De 12 a 18 anos
Já têm maturidade para entender o ocorrido, mas ainda devem ser lembrados de que são importantes e amados, tanto por você, quanto pelo pai, ainda que ele esteja partindo.

Como manter a família unida, após a separação:

Drible sua raiva: essa não é tarefa fácil. Às vezes, é necessário anular (ou não demonstrar) a raiva que você sente do ex-parceiro, para não prejudicar as crianças.
Abra o jogo: seja sincera com seus filhos sobre o fim do casamento. Explique que haverá mudança na rotina e, talvez, apertos financeiros. Não se esqueça de deixar claro que você sempre estará lá para ajudá-los.
Evite brigar na frente dos pequenos: assim, você mostra que eles não têm culpa.
Não exclua o pai da vida das crianças: permita e incentive conversas ao telefone entre eles diariamente. Se der, deixe que o pai as busque na escola.
Acostume-se com a ideia de ter seu ex sempre por perto: mesmo que a separação não tenha sido amigável, vocês terão de conviver. Por isso, se não concorda com alguma atitude dele relacionada à educação das crianças, não o desautorize na frente delas. Chegue a um acordo "nos bastidores".
Tenha tudo determinado na justiça: organize a vida de todos: procure um juizado e determine as datas de visitas. Aproveite também para combinar um valor de pensão perante o juiz.

Limites na hora de cuidar da família

Cuidar dos outros é importante e muitas vezes necessário, porém desde que você imponha limites para não se anular. Saiba como cultivar o bem-estar da família e os seus interesses pessoais sem se esgotar

Por Isabela Leal
É importante saber a diferença entre ser cuidadora e servidora. Cultive o bem-estar da sua família sem anular os seus interesses pessoais
Foto: Dreasmtime

Não bastassem as preocupações das mulheres com a administração da casa, a rotina de cuidados com o marido e os filhos e a dedicação ao trabalho, muitas vezes ainda é preciso se responsabilizar por outros familiares. Há casos que exigem atenção constante como, por exemplo, os pais ou sogros doentes ou viúvos; os irmãos ou cunhados com problemas financeiros; os sobrinhos que necessitam de orientação... Descubra como sobreviver nesse turbilhão sem se afrontar ou se sentir culpada.
Veja a seguir os pontos fundamentais que você deve levar em conta:
Faça uma lista de prioridades: se você se inclui entre as coisas importantes a fazer, não se responsabilizará tanto só pelos outros, mas também por si mesma - sem remorsos por reservar um tempo para a sua própria vida. "É importante saber a diferença entre ser cuidadora e servidora. Para cuidar bem, a mulher precisa estar inteira. Muitas vezes a família é exploradora e suga a energia da mulher, exigindo dela uma atenção maior do que ela pode dar", alerta Marilda Lipp, autora do livro O Stress e a Beleza da Mulher (Ed. Connection Books).
Mantenha o equilíbrio: o ideal é harmonizar o 'eu' e os outros, pois pender para um dos dois lados não é bom. "Seguir o caminho do meio é uma forma de organizar as coisas para não perder o pé da própria vida. É inevitável que, em determinadas fases, uma dedicação maior a um dos papéis provoque prejuízo nos demais campos. O drama surge quando esse cenário gera frustração. Por isso o equilíbrio é tão importante", explica o psiquiatra Luiz Cuschnir, autor do livro A Mulher e Seus Segredos - Desvendando o Mapa da Alma Feminina (Ed. Larousse). "Na vida, todos temos sempre mais de uma escolha diante de qualquer situação. Conciliar os seus sentimentos com as suas atitudes é o segredo para ser feliz. O que não pode é haver condutas extremas só para servir aos outros", conclui Cuschnir.
Mude seus hábitos: não é fácil mudar um estilo de vida. Posicionar-se de modo diferente do habitual é penoso mas, nesse caso, importante. "Dizer não indica limites que significam deixar o outro sem algo. Isso nem sempre é prejudicial, pois pode ajudar quem está ao redor a perceber-se melhor ou buscar novos caminhos para preencher suas carências e se desenvolver dentro de uma limitação física ou afetiva", destaca Cuschnir. O não a uma solicitação do outro pode significar um sim para você. Caso contrário, o desgaste é enorme e irá até comprometer sua saúde a longo prazo. "A dedicação exclusiva ao ato de ajudar desenvolve stress, mau humor e também doenças físicas e emocionais. Proteger a si própria é garantir que você continuará dando assistência a quem precisa e é uma maneira legítima de não gerar outro doente ou dependente", enfatiza a psicóloga Marilda Lipp.
Não sinta culpa: para quem é pressionada de todos os lados pela família que exige 100% de atenção, sentir-se culpada é inevitável. Para resgatar o bem-estar e a serenidade é preciso dar um tempo no papel de cuidadora, se resguardar e repor as energias. "Não é maldade ou falta de consideração respeitar o próprio limite. Mesmo porque, às vezes, quem está sendo ajudado tem um perfil egocêntrico que não reconhece a sua dedicação e gentileza", ressalta Marilda. Antes de se doar para outra pessoa ou situação é bom ter certeza de que o esforço não está sendo em vão.
Organize a sua nova rotina: nessa roda-vida de stress emocional é imprescindível sair da rotina, ou seja, ter momentos de lazer e descanso. "Para trazer harmonia ao seu círculo de ação, a mulher precisa saber gerenciar o stress", diz Marilda Lipp. Uma boa opção é retomar a vida social, muitas vezes sacrificada por tantas tarefas e conflitos a resolver. Dar uma pausa nas responsabilidades faz bem ao corpo e à alma. "Qualquer coisa que tire a cuidadora da rotina fará com que apareçam caminhos emocionais diferentes que irão ajudá-la a buscar novas ideias, desafios e saídas para situações consideradas de difícil solução", acredita a psicanalista Glaucia Araujo.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Conto de Páscoa

Sentado na beira da calçada , com um ovo de chocolate pequenino nas mãos, olhar sério, aquele menino se pôs a imaginar. Havia muitas coisas que ele não entendia, por mais que tentasse.

Durante a semana toda, na escola, na rua, em casa , em todos os lugares só se ouvia falar de Páscoa, coelhinho e ovos de chocolate. A professora até colocou Jesus no meio da história, mas só aumentou a sua confusão; ele não conseguia organizar o pensamento. Jesus não é aquele que nasceu no Natal? Faz tão pouquinho tempo, e ele já morreu?!

Não, decididamente ele não entendia nada. Não sabia exatamente o que uma coisa tinha a ver com a outra. Afinal de contas, por que comemorar, se Jesus morreu? Por que os ovos são de chocolate? E o coelho, o que ele faz nessa história?

Complicaaadooo!!! Separava somente as coisas que entendia, e sabia o que era...
Entendia que estava esperando ganhar um ovo bem grande, daqueles que tinha visto na televisão, embrulhado num papel brilhante e com um laço de fita vermelha, que não veio, e ele sabia por quê: o dinheiro não deu.

Ele sabia. Nem seu pai e nem sua mãe tinham prometido dar-lhe um ovo de páscoa; e ele sabia, também, que o coelhinho não o trazia para ninguém. Então, como é que ele poderia satisfazer a sua vontade de comer chocolate? Como ia passar o domingo de páscoa sem comer ovo de páscoa? E a ideia veio assim, de repente!!! Por que não???

Foi até o primeiro semáforo daquela movimentada avenida e, quando o sinal ficava vermelho ele se lançava entre os carros e ia pedindo: 
- "Moço, dá um ovo de páscoa pra mim?"
- "Senhor, poderia me dar um ovo de páscoa?" 
- "Moça , dá um ovo de chocolate pra mim?" 

Assim, ia pedindo e ouvindo as mais esfarrapadas respostas, quando alguém respondia.
Até que, enfim, parou um carro velho, todo manchado de ferrugem. Dentro, um homem com cara de bravo... Ele tomou coragem, foi até lá e arriscou o mesmo pedido: 
- "Moço, eu quero um ovo de páscoa".

E qual não foi sua surpresa quando aquele homem pegou, no banco do passageiro, um embrulhinho e lho estendeu pelo vidro.
- "Brigado, moço!!!"
E saiu em disparada. De volta à sua calçada, ele olhou o ovinho e sorriu feliz. Afinal, agora ele comemoraria a Páscoa.


Fonte:http://www.bilibio.com.br/mensagem/308/Conto+de+Pascoa.html

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O SENTIDO DA EDUCAÇÃO


A educação, uma das primas pobres neste país, deveria, penso eu, ser em grande parte repensada e reformulada. Deveria ser privilegiada entre todos os setores da vida de  um povo, pois sem educação, que inclui informação, ninguém é capaz de determinar seus caminhos  e escolher seus trabalhos.
Um povo desinformado não sabe o que acontece, assina o que não leu, submete-se ao que não compreendeu, barateia sua vida e sua força de trabalho, não tem horizontes e não se integra em seu próprio país, quanto mais no grande mundo, globalizado – mas não para ele. Porém educar não é apenas instruir, ensinar a ler, escrever, calcular. Não é nem mesmo instruir em todos os anos dos Ensinos Fundamental e Médio. Educar é, deveria ser, antes de mais nada, ensinar a pensar. Ensinar a questionar. Abrir cabeças e preparar para enfrentar a vida não apenas ganhando um ou dois ou mil salários, mas sentindo-se capaz, e consciente, para fazer suas escolhas e viver sua vida. Educar deve ser estimular para que desabrochem todas as capacidades de uma criança, e depois, de um jovem. Fazer ver o mundo, com suas belezas, suas regras, seus perigos e suas possibilidades, na  família, a comunidade, a região, o país....o mundo, com o qual hoje nos comunicamos tão facilmente. Estimular o discernimento, isto é, a capacidade de entender e julgar e escolher: é bem mais importante do que belos edifícios e recursos modernos, embora nenhuma criança deva estudar numa escola que está caindo aos pedaços, em más condições higiênicas, sem livros bons e bem conservados, sem o material básico. Computador ajuda? Ter acesso a um mundo mais amplo de pesquisa e informação certamente é bom. Mas temos errado ao colocar computadores em salas de aula sem mesa adequada, sem instrutores, e sem controle, de modo que os alunos, em lugar de aprender, brincam. A vida não perdoa, não é brincadeira, e embora todos devam buscar uma vida saudável e harmoniosa, se possível feliz, divertir-se o tempo todo, não ter punições nem limites, levar tudo na brincadeira, não prepara para as escolhas e decisões que terão de ser tomadas.Sem alguma seriedade não se poderá distinguir certo e errado, bom e mau, ou melhor e pior, e pouca munição teremos para a batalha cotidiana. A frustração nas primeiras dificuldades será paralisante, a decepção porque ali não continuam as brincadeiras escolares, nos deixará incapacitados para sermos dentro do possível livres e autônomos. Sou a favor de uma escola amorosa e alegre, mas onde haja autoridade e hierarquia, e também para os pequenos a professora não seja uma tia, mas uma professora, pois a escola não é, nem deve ser, a família. Pode ser um complemento magnífico, mas jamais retirar da família a responsabilidade inicial da decência, da compostura, do respeito: ao contrário, prosseguir e incutir isso ainda mais. O que não tem a ver, repito, com pouca alegria, com medo e traumas, mas com respeito por si mesmo, pela natureza, pelo outro, e pela vida. E se conseguir um pouco disso em muitos alunos, a escola estará realizando seu trabalho primeiro, que é educar.
LYA LUFT – Formada em Pedagogia e Letras Anglo-germânicas.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Incentivos para sala de aula

Assim como palavras mágicas "Por favor", "Com licença", "Obrigado(a)" e "Desculpe-me" têm o dom de transformar nosso dia devido à entonação, vibração e otimismo. Um elogio, quando dito com carinho e verdade, tem o poder de recarregar nossas energias. Elogios nada mais são do que percepção, incentivo, observação positiva e otimista para que o elogiado mantenha um padrão qualitativo, tanto no lado pessoal quanto no serviço prestado ou no produto oferecido. O elogio, quando sincero e dito com discrição, fortalece a amizade e a auto-estima do elogiado.
Elogie seus alunos com freqüência ... Um pequeno gesto valorizando grandes esforços!!
Clique nas imagens para ampliá-la.










segunda-feira, 11 de abril de 2011

Por que azul é para meninos e rosa para meninas?


Atualmente é comum associarmos a cor azul a meninos, e a cor rosa às meninas. Já no nascimento dos filhos, muitos pais preparam o enxoval do bebê tendo por base essas cores, conforme o sexo da criança. Há também o senso comum que diz que o verde e o amarelo são cores neutras, que podem ser usadas por ambos os sexos.
Mas você já se perguntou de onde surgiu essa associação de cores? Aliás, você sabia que nem sempre foi assim? Que já houve época em que o rosa era para meninos, e o azul para meninas?
Na verdade, o que hoje consideramos "normal" é fruto apenas de uma convenção criada no início do século 20 e que, pasmem, pode ter começado de forma contrária ao que temos hoje.
De fato, segundo o site "Gender Specific Colors", parece que a associação de cor a determinado sexo é uma tendência do mundo da moda que só começou no início do século 20 nos países ocidentais, tornando-se uma questão cultural, sem se saber muito bem o motivo.
O que se sabe é que, no início, a cor rosa, por ser considerada um tipo de vermelho claro, era associada com a força e a dramaticidade dessa cor (vermelho), o que claramente influenciou sua indicação para ser usada em meninos. Um jornal norte-americano, em 1914, aconselhava as mães: "Se você gosta de adotar cores nas roupas das crianças, use rosa para o menino e azul para a menina" [The Sunday Sentinal, March 29, 1914].
Veja essa outra dica, publicada em 1918: "Tem havido uma grande diversidade de opinião sobre o assunto, mas a regra geralmente aceita é usar rosa para o menino e azul para a menina. A razão é que, sendo o rosa uma cor mais forte, que denota pessoas decididas e com coragem, ela é mais adequada para o menino, enquanto o azul, que é mais delicado e gracioso, é mais bonito para a menina" [Ladies Home Journal, junho de 1918]
Mas parece que assim que as cores começaram a ser usadas como um identificador de gênero, começou também uma tendência a inverter essa associação de cores, até chegar ao que hoje consideramos "normal".
De acordo com Jo B. Paoletti e Carol Kregloh, no artigo "The Children's Department", publicado no livro "Men and Women: Dressing the Partem Kidwell" (Claudia Brush e Valerie Steele, Smithsonian Institution Press, 1989), nos Estados Unidos, a convenção de rosa para as meninas e azul para os meninos não era unanimidade até a década de 1950. A análise de quadros e fotos antigas mostra que não havia uma forte associação entre um sexo a uma dessas cores.
Diversas hipóteses tentam explicar o início da associação de cores ao sexo. Eis algumas delas.
O primeiro uniforme escolar observado na Inglaterra data do século XVI, composto de casacos azuis usados por meninos pobres em escolas mantidas por instituições religiosas, o que acabou estabelecendo uma convenção. Eram dessa cor porque, na época, a tintura azul era mais barata que as tinturas de outras cores.
Outra possibilidade é que houve época em que o uniforme da marinha era azul, e a moda era que todo menino queria ter uma roupa de marinheiro. Por outro lado, essa hipótese não explica a escolha da cor rosa para as meninas.
O que sabe é que durante séculos os europeus vestiam os meninos e as meninas com um mesmo estilo de vestimenta. Roupas com estilos específicos, conforme o sexo das crianças, só começou a surgir no final do século XVIII, conforme se pode observar em quadros de pintura que retratam crianças. Conta-se que, na análise desses quadros antigos, é possível observar que entre os diversos povos não havia uma convenção aceita referente a estilos ou cores específicos para meninos e meninas.
Mas, naquela época, o intercambio cultural entre os povos não era tão rápido quanto hoje em dia, que conta com a televisão, cinema e internet. Por isso mesmo, a moda não era tão massificada quanto hoje.

A artista sul-coreana JeongMee (1969) criou o projeto "The Pink and Blue Project" como tema para a sua tese. O projeto Rosa e Azul é uma reflexão sobre a relação entre gênero e consumismo. Ou seja, um trabalho sobre a ligação entre o ser do sexo feminino ou ser do masculino e a preferência pela compra de objetos rosa ou azul, respectivamente.
A grande responsável pela escolha é a sua filha de cinco anos "Gosta tanto de rosa que apenas quer vestir e brincar com objetos dessa cor", afirma a mãe.


Mas JeongMee descobriu que não é a única. Nos Estados Unidos, na Coréia do Sul e noutros países, a maioria das crianças do sexo feminino adora tudo o que seja cor-de-rosa: roupas, acessórios e brinquedos. Segundo ela, nem mesmo o caso de pertencer a grupos sociais ou étnicos diferentes, com padrões e bases culturais distintas, altera essa tendência.
Nos dias de hoje, com a publicidade cada vez mais influente, essas cores impuseram-se como mundialmente padronizadas. É essa padronização que a máquina de JeongMee tenta captar. Talvez as populares e universais "Barbie" e "Hello Kitty" tenham contribuído para desenvolver essa tendência: as meninas interiorizam de forma consciente ou inconsciente que para ser ou parecer femininas devem usar rosa.

Acrescenta ainda que as diferenças entre esses objetos afeta o pensamento das crianças e o seu comportamento perante os seus pares. Por exemplo, os livros ou brinquedos para elas são normalmente rosa, roxos ou vermelhos e estão relacionados com maquiagem, moda, receitas ou tarefas domésticas. Já para eles, são de diferentes tons de azul e falam sobre robôs, indústria, ciência e dinossauros.


Fonte: Portal da Família em 25/03/2011

Educar na humildade: uma tarefa urgente!



No ano passado, um pesquisador em educação, Ives de La Taille, apresentou na obra Crise de Valores ou Valores em Crise, uma pesquisa realizada recentemente com 448 alunos do ensino médio (com idades entre 15 e 18 anos), sendo 211 da escola pública e 237 de colégios particulares, na qual indagava a esses jovens quais seriam as virtudes mais importantes na seguinte lista de dez: justiça, gratidão, fidelidade, generosidade, tolerância, honra, coragem, polidez, prudência e humildade. Sem querer aprofundar nas conclusões da pesquisa, chamou-me a atenção que a mais valorizada tivesse sido a humildade. O próprio La Taille se surpreendeu com o fato de que essa virtude fosse apontada tanto pelos meninos quanto pelas meninas, fossem eles da escola privada ou da pública.
Uma das explicações que o autor dá para o resultado é que “vivemos uma cultura que pode ser chamada de cultura da vaidade”. Esclarecendo esse conceito, o educador afirma que muitos jovens hoje “vivem apenas motivados para dar um constante espetáculo de si, destacarem-se por sinais que conferem prestígio, associarem a si próprios marcas que testemunham ser um vencedor (roupas, carros, celulares), falarem de si em blogs, nos celulares, computadores...”. Glosando o autor, diria ainda que os jovens andam atrás de “espelhos” que são as pupilas das pessoas que estão à sua volta, e às quais perguntam: “Gostou da figura que fiz?”, “Pareceu-lhes interessante o meu ponto de vista?”, “Que acharam da minha prova, do meu trabalho, da minha publicação, da minha roupa provocativa...?”.
Portanto, voltando-nos para o resultado da pesquisa, concluímos que a maioria dos jovens pesquisados parecem estar fartos deste modelo juvenil e de tanta mentira. Intuem que a sedução narcisista que reina hoje na nossa cultura parece ser a causa de muitas mazelas sociais. No fundo, essas respostas podem estar representando alguns gritos silenciosos aos educadores que dizem mais ou menos assim: “Por favor, ajudem-nos antes a ser do que a ter!”. “Não aguentamos mais ver gente representando o que não é!”. “Ensinem-nos a descobrir a Verdade!”. “Quero de verdade ser feliz e não fingir que sou feliz!”.
Há muito tempo que esta disjuntiva Ser ou Ter está presente nas discussões filosóficas. O que chama a atenção é perceber que estas reinvidicações pelo ser estejam nascendo mais cedo, naqueles que sempre exigiram liberdade, prazer, dinheiro, consumo, diversão, ter... Afinal, o que está acontecendo?
Sou da opinião de que estes movimentos podem já estar refletindo, em parte, as consequências negativas da pedagogia moderna das últimas décadas. Segundo estas teorias, chamadas construtivistas, a criança deveria se desenvolver por si mesma, sem imposições de ninguém. Os responsáveis pela educação deveriam apenas dar um suporte para o seu autodesenvolvimento, sem, no entanto, se envolver no processo. Estas teorias psicodinâmicas, muitas delas inspiradas no pensamento freudiano, acreditavam que a criança tinha um “eu” completo em si mesmo e que bastaria deixar o tempo passar para ela se desenvolver adequadamente.
Fica fácil perceber o que produziu esta mentira ao longo das últimas décadas. Na medida em que os pais foram adotando a chamada educação antiautoritária, que é a renúncia para educar os filhos, tanto os pais quanto os filhos foram desenvolvendo níveis crescentes de soberba de geração em geração. Efetivamente, quem convive com pais e crianças em escolas particulares e públicas tem percebido ano a ano atitudes de arrogância e de autosuficiência que não existiam antigamente. Mas por que isto tem crescido?
Quem trabalha com educação e conhece a chamada “caixa preta” da criança (fazendo um paralelismo com os aviões) sabe que qualquer criança é extremamente egocêntrica nos primeiros anos da existência. Todo o bom processo educacional consiste em mostrar-lhe que além de existirem outras pessoas no mundo ela própria existe para os outros. Sua realização e felicidade dependerão da adequação de seus desejos e projetos para os outros. Que, sozinha, ela nunca saberá nada, poderá nada, conseguirá nada nem será nada. Que só conseguirá ser ela mesma a partir do outro. Que o eu deve se converter em si mesmo apenas mediante um tu e um vós.  Por isso, desde que nasce terá que saber descobrir a linguagem do prazer, dos limites, do amor, do sofrimento. Esta é a verdade da educação.
Por outro lado, se deixamos a criança crescer sem a exigência da boa autoridade, dificilmente ela descobrirá como deve funcionar um ser humano e aos poucos seu orgulho irá enganando-a acreditando que sabe tudo, pode tudo, conseguirá tudo e que ela é tudo, principalmente se obtiver dinheiro e poder. Esta é a grande mentira da educação. Motivando-a somente a produzir riqueza, acaba-se gerando uma das maiores e mais profundas pobrezas humanas que é a solidão. Vistas bem as coisas, as outras pobrezas, incluindo a material, nascem sempre do isolamento, de não ser amado ou da dificuldade de amar, fruto do orgulho de muitas pessoas.
Terminemos concluindo que uma das tarefas primordiais da educação é desmascarar os perigos da soberba. Da ilusão do orgulho. Da escravidão de um eu que se fecha em si mesmo, como numa bolha. E que o caminho da felicidade está na humildade, que, longe de ser uma postura depreciativa, é apenas a conscientização da Verdade da condição humana, que exige abrir-se para os demais e para o transcendente, pois experimenta que só nas relações interpessoais poderá salvar-se de tantas depressões e tristezas de um eu doentio.

João Malheiro é doutor em Educação pela UFRJ e diretor do Centro Cultural e Universitário de Botafogo -www.ccub.org.br. É autor do livro "A Alma da Escola do Século XXI", palestrante sobre o tema da educação e mantém o blog Escola de Sagres (escoladesagres.org).
Publicado no Portal da Família em 26/03/2011

sábado, 9 de abril de 2011

Crônica do Amor


 Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.
 

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.