quarta-feira, 9 de março de 2011

A água é tudo


 Sem água, morremos de sede, sujos, sem banho. É pouco isso? É tudo. E há ainda quem use a água como se fosse proprietário dela, fica meia hora , ou até uma , lavando o carro, a calçada, como se esse bem fosse inesgotável. Não é. A água está acabando, e justamente por causa do desperdício, da arrogância e da idéia falsa de que ela estará sempre à nossa disposição.
O Dia Internacional da Água (22 de março) é o momento certo para que nas escolas seja realizado um trabalho de conscientização com os alunos: redações, cartuns, tiras, cartazes, debates, para que as novas gerações percebam o que as gerações anteriores não perceberam: se algo não for feito com a máxima urgência, daqui a uns dez anos no máximo a falta d’água atingirá a maior parte da população no planeta. Há muitos relatórios sérios que demonstram isso.

Água é para beber, é para tomar banho, não é para lavar calçada, muro, nem pra fazer terapia. Há quem relaxe lavando a rua. Só que essa terapia acaba custando caro para aqueles que moram em regiões em que já há falta d’água.
As mineradoras e outras empresas que jogam detritos na água, causando a morte de peixes em tantos rios, comprometendo a saúde, a alimentação e o trabalho de muitas famílias que vivem da pesca, deveriam não só ser multadas, mas fechadas, pelo crime ambiental que cometem , de proporções incalculáveis.

Sem água, não há agricultura, não há atividade industrial, não há vida, não há futuro. Poluir a água é matar o planeta a prestação, fazendo com que toda a humanidade pague juros altíssimos, que terão como retorno a doença, o sofrimento e a deterioração da vida cada vez mais.
Os rios da região, há algumas décadas, eram piscosos: havia dourado, curimbatá, pintado, pacu. Hoje, não há mais peixe porque não há mais oxigênio, o lixo industrial e aquele produzido pela população simplesmente tornou um ambiente propício à vida estéril, mal-cheiroso e com condições totalmente adversas à criação de peixes. 
Somos de uma época avançadíssima em termos tecnológicos, mas atrasadíssima em termos humanos. O nosso raciocínio foi utilizado para desenvolver máquinas, mas não para manter o Planeta em boas condições. O luxo subiu à nossa cabeça e produzimos lixo como nunca. E a água foi a maior prejudicada. Precisamos salvá-la porque, se não o fizermos, não haverá daqui a pouco nem um humano para contar a história desse desastre gigantesco.
Vamos tratar a água com carinho. Não temos outra saída. E, a partir de nosso apreço pela água, podemos perceber outros desperdícios que cometemos e passar a lidar com tudo de forma mais racional, inclusive os alimentos.
Se temos objetos demais em casa, estragando, por que não os doamos para quem precisa? Chega de arrogância, de olhar para o próprio umbigo. Não somos reis de nada e não temos o direito de romper a rede que sustenta a vida.

Artigo de Jaime Leitão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário